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jugular

ah afinal...

CM_25.02.2015.jpg

(continuação daqui). Isto saiu no Correio da Manhã de ontem. Segundo a notícia, tratou-se de uma "operação anti-droga", uma "rusga". Não bate certo com os esclarecimentos que me foram prestados pela direção do agrupamento, onde se lê que foi uma "intervenção solicitada pela Direção" que "decorreu da forma prevista e sempre na presença de um elemento da Direção" e, ainda, que a ação "integra-se num programa de sensibilização para os consumos de substâncias ilícitas, os seus efeitos e consequências, tanto do ponto de vista da saúde (Programa de Educação para a Saúde, com acções que decorrem todo o ano letivo) como do ponto de vista das consequências legais". Portanto, das duas, uma: ou a ação foi iniciativa da direção da escola, que pediu a colaboração da GNR para o efeito, ou foi o contrário. Ou foi uma "campanha de sensibilização" ou foi uma "operação antidroga". É que uma "rusga" policial é uma coisa, uma "campanha" escolar é outra, caso alguém não perceba a diferença. Vou, portanto, pedir novo esclarecimento acerca do assunto.

Adenda: quem achar que as informações que constam aqui não aumentam a confusão sobre o que foi exatamente a ação policial, da iniciativa e responsabilidade de quem e com que objetivos e resultados, que atire a primeira pedra.

Bravo!

"O polícia entrou na sala de aula sem avisar. E disse: «ninguém sai do lugar! mochilas no chão! E mãos em cima da mesa!». Depois esperámos uns 10 minutos, sem nos mexermos e sem dizer nada, havia colegas minhas assustadas, ficámos ali que tempos com as mãos em cima da mesa sem saber o que fazer. Depois entraram uns cães e cheiraram tudo. O polícia saiu mais os cães e nós ficámos com caras de parvo, sem saber o que fazer. Lá fora, viemos depois a saber, estavam várias carrinhas da polícia a revistar toda a gente, o X foi revistado e foi assim em todas as salas. E noutras escolas do agrupamento também. Foi um bocado assustador, pai, e nem sei bem para que serviu um aparato daqueles".

Relato da minha filha há pouco, a contar o que aconteceu hoje na escola. Fiquei muito mais tranquilo por saber que a polícia zela pela segurança dos nossos jovens. Julgava eu que eram só rusgas nos autocarros carregados de putos que vão fazer a festa de finalistas a Torremolinos, mas afinal não. Estou certo de que apanharam quilos de haxixe escondidos nas lancheiras, ocultos nos smartphones e dissimulados nos cadernos. É que, como toda a gente sabe, as cargas seguem diretamente das praias do Algarve para Sintra, vindas de Marrocos, e os grandes traficantes de droga são alunos daquela escola. A menos que os cães andassem a cheirar propaganda do Daesh, que também prolifera por aqui. Seja como for, tenho a certeza que também foram aos colégios queques, tipo Vasco da Gama e Ramalhão, e não apenas ao agrupamento. Ah espera, se calhar não, que não deve haver pretos por lá e os meninos ricos não fumam charros, só cantam salmos e rezam a Nosso Senhor, tinha-me esquecido.

(adenda: são 00:05 e acabei de enviar email à direção do agrupamento da escola, pedindo esclarecimentos sobre o assunto)

 

Epílogo: Segundo esclarecimento da direção da escola, a ação foi solicitada pela mesma, no âmbito de um "programa de sensibilização para os consumos de substâncias ilícitas" e foi apresentado aos representantes dos encarregados de educação (a posteriori mas não previamente, como pensei), não tendo merecido qualquer objeção. Refere ainda que a quantidade de droga apreendida foi "maior" do que o previsto. A minha opinião e as eventuais reservas que tenha acerca deste evento é, evidentemente, uma outra questão. Nada mais tenho, portanto, a acrescentar, a não ser dizer que o sarcasmo deste post é injustificado.

Um belo elogio ao nosso Estado Social e à social democracia portuguesa

À terceira partilha no facebook do artigo de Gabriel Mithá Ribeiro no Observador por amigos meus de direita (perdoem-me esta qualificação subjectiva) percebi que tinha de lê-lo.

 

Ao contrário do Paulo, gostei muito do artigo. Senão vejamos:

 

O artigo é um belo elogio ao nosso Estado Social e à social democracia. Logo no 5.º parágrafo afirma-se que "[n]o quotidiano familiar desde o início ficou subentendido que a sociedade portuguesa abria, sem reservas, as portas das escolas e proporcionava possibilidades de trabalhar onde calhasse". Presumo que as escolas a que se refere o autor são públicas e daí a minha afirmação, claro. Por favor, corrijam-me se estiver errado.

 

O mesmo se diga do 8.º parágrafo onde ficamos a saber em discurso directo que "Fui prosseguindo os estudos até que me vi com um certificado de doutoramento. Como prémio, recebo 1.495 euros de uma bolsa de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pago mensalmente cerca de 500 euros pelo colégio do meu único filho (nisto vivo acima das minhas possibilidades)". Novamente, supõe-se que a prossecução dos estudos foram feitos em estabelecimentos de ensino públicos, pagos pelos contribuintes e geridos pela Administração Pública. O autor confirma-se como um sucesso do sistema público de ensino e isso é de saudar.

 

Já a segunda parte do trecho do 8.º parágrafo que cito supra levanta algumas questões interessantes. Dado o tom confessional adoptado pelo autor seria interessante saber se os 500€ que paga pelo colégio do filho referem-se a uma instituição privada - onde se colocaria a questão de saber por que razão sendo filho do sistema público optou pelo ensino privado para o seu filho - ou se se trata de ensino público ou publicamente subsidiado, como sucede com a generalidade das IPSS - o que mais uma vez seria um bonito elogio ao nosso Estado Social.

 

No final do 8.º parágrafo o autor remata com toda a propriedade: "Sinto-me moralmente obrigado a agradecer aquilo que Portugal permitiu que fosse fazendo por mim mesmo". Já somos dois. E sei que somos muitos mais, milhões mesmo, a avaliar pelas estatísticas do INE sobre frequência do sistema de ensino público, qualificações e afins.

 

É certo que a partir do 8.º parágrafo o texto torna-se confuso, sendo difícil perceber o ponto de Mithá Ribeiro, mas no final do 13.º parágrafo, mantém-se ainda estoicamente a elogiar o Estado Social português e a social democracia que o construiu. Nota o autor: "O facto é que a sociedade portuguesa sempre colocou à disposição deles e minha salas de aula e possibilidades de trabalhar". É evidente que o autor pretendia dizer o Estado Social português no que concerne às salas de aula, mas compreende-se perfeitamente a opção vocabular, sobretudo no contexto, que vimos citando, do seu artigo.

 

É no 14.º parágrafo que Mithá Ribeiro acaba por tomar uma posição clara sobre o Estado Social que tanto o ajudou: "Sendo o estado social decisivo, não se podem confundir funções delimitadas e apoios circunscritos e excecionais com a criação de dependências parasitárias que distorcem por gerações a relação cultural dos indivíduos com o meio envolvente". Não posso estar mais de acordo e não conheço ninguém (nem Mithá Ribeiro o indica) que defenda o contrário. É verdade que alguns parágrafos adiante, mais concretamente, no 21.º parágrafo, o autor indica uma profusão de nomes a quem imputa "discursos sobre a pobreza ou minorias raciais eivados de uma pretensa superioridade moral de ultrapolitizados". Não citando os discursos em concreto, a acusação parece-me gratuita e com a facilidade proporcionada pela internet não seria difícil indicar as fontes do seu descontentamento oferecendo um link para cada um dos discursos proferidos pelas pessoas que refere no citado parágrafo. Mas a opção do autor foi distinta. Parece pretender estabelecer uma correlação entre os referidos discursos "eivados de uma pretensa superioridade moral" e as também já referidas "dependências parasitárias" que devem ser evitadas através de "apoios circunscritos".

 

Uma vez que Mithá Ribeiro não indica que discursos são esses que imputa às pessoas que refere e não crendo ser ónus do leitor ir descobri-los, vou centrar-me, no que é ainda um belo elogio ao Estado Social, no perigo que o autor sobre ele alerta. Gabriel Mithá Ribeiro gosta do Estado Social, deve-lhe muito - quer a sua formação, quer algumas das suas experiências profissionais mais enriquecedoras - e por isso não quer vê-lo destruído por uma retórica que legitima "dependências parasitárias".

 

Está evidentemente por demonstrar algo muito simples: que tal como Mithá Ribeiro é exemplo de um Estado Social de sucesso porque ele próprio - Mithá Ribeiro - soube por carácter e educação aproveitá-lo, também as situações de dependência são um caso de fracasso do Estado Social porque aqueles que se aproveitaram do que lhes foi proporcionado não tinham carácter nem educação. Qualquer sistema público que vise ajudar as pessoas a terem uma vida melhor terá sempre gente a aproveitar-se dele - não apenas na pobreza, como na riqueza, como se pode ver com a interligação entre a dívida privada e a dívida pública - e isso significa que para lutar contra os free riders não precisamos de menos Estado, nem de mais Estado. Precisamos de um Estado que seja mais eficaz a executar as políticas públicas que permitiram a Mithá Ribeiro usufruir de todas as vantagens que usufruiu, sem que outros sem aproveitem delas. É exactamente isso que a social democracia pretende e por isso é que o texto de Gabriel Mithá Ribeiro é tão bonito. Desculpa lá, Paulo, mas não posso concordar contigo.

da miséria

Há muito tempo que não lia uma coisa assim. Julgava, aliás, na minha ingenuidade pequeno-burguesa de esquerda, que não era possível publicar-se tal coisa no Portugal de 2015. Falo da crónica de Gabriel Mithá Ribeiro de hoje. Numa palavra: ninguém pode discorrer sobre pobreza e discriminação, a menos que a tenha vivido. Como o autor. Para prová-lo, desenrola a sua biografia, desde os antepassados até à sua situação atual, uma ascenção feita a pulso com trabalho e esforço ("ninguém me estendeu a muleta do coitadinho, ninguém me viciou na ideologia dos subsídios"). Hoje, usufrui orgulhosamente de uma bolsa de pós-doutoramento que lhe rende 1495 €, dos quais 1/3 servem para pagar o colégio de um filho. Conclui: "Vivo, portanto, numa invejável abundância financeira". Nos comentários há gente a dar os parabéns pela  "lição de vida". Para mim, é apenas um patético exercício de vaidade, quase constrangedora de ler.

GMR não fala da pobreza e da discriminação racial em Portugal. Prefere falar de si, naquela postura soberba, tão comum e tão fácil, de mostrar com orgulho vaidoso como escapou a tudo isso, enquanto outros (entre eles um "português branco", como não deixa de especificar com inegável desdém) permaneceram na pocilga e, se dela saíram, foi graças a subsídios e outras "dependências parasitárias". Se tivessem trabalhado e estudado - como o autor - tudo teria sido diferente, pois "a sociedade portuguesa sempre colocou à disposição deles e minha salas de aula e possibilidades de trabalhar". Está explicado, em duas penadas, o alegado fenómeno da pobreza em Portugal, cuja veracidade, parece-me, o autor duvida fortemente.

Mas o principal alvo do texto não são os pobres. São os que falam da pobreza e que opinam sobre ela, a trazem para a agenda mediática ou tentam ganhar votos à sua custa. Por dizerem e proporem coisas falsas, erradas, demagógicas? Não: porque não a sofreram - diz o autor - na pele. Mais claro não se podia ser: "era útil que as elites políticas, muito em particular as de esquerda (socialistas, comunistas, bloquistas e demais), fossem relatando as suas experiências de vida". Alguém em concreto? Claro: entre outros, "D. Januário Torgal Ferreira, Bagão Félix, Francisco Louçã, António Costa, Ferro Rodrigues, Jerónimo de Sousa, Isabel Moreira, Jacinto Lucas Pires, João Semedo, Jorge Sampaio, Carvalho da Silva, Pacheco Pereira, Catarina Martins, Rui Rio, Frei Bento Domingues, Sampaio da Nóvoa, Mário Soares, Daniel Oliveira, Mário Nogueira, Joana Amaral Dias, Bruto da Costa, Nicolau Santos, Sérgio Godinho, Rui Tavares, Pedro Abrunhosa, Heloísa Apolónia, Silva Peneda". Ouviram? Isso mesmo: quem fala dos pobres tem que provar que já o foi. Presumo que os apologistas da retomada e da austeridade cor-de-rosa, os Passos Coelho e Portas, os Mota Soares e seus secretários de Estado, os César das Neves e os Fernando "Aguenta" Ulrich, estejam isentos de tal prova. Só os que se dizem que a pobreza em Portugal é um flagelo. Portanto, toca a descascar a vida daquela gente, quiçá fazer um gráfico e uma árvore genealógica de cada um, a ver quanta fome passaram, quanta discriminação sofreram, que dificuldades (sem "muleta do coitadinho" ou "ideologia dos subsídios", claro) enfrentaram. Depois, um atestado a cada um, que lhes permitirá, agora sim, falar com conhecimento de causa. Enquanto isto não é feito - ou seja, enquanto os (alegados) pobres não têm portavozes devidamente credenciados - como se fazem ouvir? Não fazem, deduzo. Como diz GMR, quem tem (ele diz "teve", mas imaginemos que ainda exista alguém assim nos dias de hoje) de viver na miséria é recatado e silencioso enquanto não escapa a esta condição. Logo, quem é pobre não fala porque tem vergonha, quem o não é não sabe o que diz, e quem tem créditos no assunto (como GMR) emite uma espécie de vai trabalhar, malandro! Estamos conversados sobre o que é o Portugal de 2015, não estamos?

desabafo de quarta feira à tarde

Não sei se o Syriza vai salvar a Grécia ou enterrar a Europa toda. Não sei se o Tsipras é um político inteligente que vai revolucionar a UE ou um demagogo que há-de sair de fininho se as coisas descambarem. Ignoro se o Varoufakis é um tipo brilhante ou um espalha-brasas. Estaremos cá todos para ver, com ceticismo esperançoso. Mas só por uma coisa a vitória dos radicais nas eleições gregas já valeu, e muito, a pena: finalmente foi quebrado o protocolo tonto do uso pinguínico da gravata. Espero viver o suficiente para assistir ao dia em que o uso de tal adereço esteja definitivamente arredado para o baú das antiquidades, a par de um gibão, de uma peruca ou de uma cartola.

Com esta pirueta até a Nadia Comaneci partia as costas

O jornal da direita com swag traz-nos Vítor Bento. \o/

E que diz Vítor Bento? Leiamo-lo:

 

"Após seis anos de crise, a zona euro está pior. O seu mau desempenho não era inevitável e poderia ter sido melhor. Se não foi, tal decorre duma política económica desadequada".

 

"A zona euro dedicou mais de um terço da sua vida a um ajustamento desequilibrado, que empobreceu toda a zona. Os custos desse ajustamento recaíram quase exclusivamente sobre os países mais pobres".

 

Trata-se deste mesmo Vítor Bento:

 

"Dizem que há alternativas à austeridade mas ainda ninguém apresentou esse caminho", afirmou o presidente da SIBS, numa conferência sobre competitividade e crescimento organizada pela A.T. Kearney.
"Gostava de ver em cima da mesa alternativas concretas e exequíveis" à austeridade, acrescentou o economista. "Estamos condenados a reduzir a despesa interna", defendeu.

 

 

Ainda veremos Cavaco e Passos a lutar contra a desigualdade social e a dizerem que defendem o Estado Social desde pequeninos. 

 

Lucas, 22, 54-61

caos e calamidade

Ontem Marques Mendes falou na SIC Notícias. A certa altura, instado a comentar os recentes acontecimentos no setor da Saúde, disse que "a gestão política deste processo foi calamitosa", e repetiu: "calamitosa". Porém, quem hoje de manhã, nas sínteses de hora a hora, ouvisse o pivot e lesse o comentário em rodapé, não deparava com isto, mas com "gestão política «caótica»". Não sei quem elabora os textos do teleponto e dos cabeçalhos, mas talvez não fosse má ideia dar cursos intensivos de português, volume vocabulário, capítulo sinónimos. Já passamos a fase da novilíngua de barbarismos e neologismos idiotas que inundam telejornais e entusiasmam comentadores, numa espécie de desgarrada vocabular marcada pelo horror às palavras dicionarizadas e de uso consagrado. Agora não importa bem "o que ele disse", desde que seja "parecido", marcha, mesmo que não tenha nada a ver. Noutros tempos, ao menos, bolas, tínhamos o Madi para nos dar lições de português.

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