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Faria se fosse. Continuando no registo psicopatológico, isto é mitomania.
Lê-se no programa eleitoral do CHaF (Chega-te à Frente), capítulo "Igualdade de Género": "Combater todas as formas de discriminação de género, nomeadamente através de ações de sensibilização e prevenção do bulling [sic] homofóbico entre jovens." (pág. 136).
A pressa em meter-se em bicos dos pés dá nisto. Numa simples frase está condensada a confusão sobre temas que, concluo, devem ter ocupado entre 5 a 6 segundos os neurónios de quem o redigiu o documento:
1. não sabem bem o que é género (a acrescentar à ignorância sobre o conceito de igualdade, já sobejamente conhecida), devem achar que é algo mais ou menos assim tipo coiso; 2. não sabem bem o que é bullying (pela grafia utilizada, deduzo que julguem ser uma coisa relacionada com touros, talvez sinónimo de "marrada"); 3. não sabem bem o que é homofobia (calculo que pensem que terá a ver com "medo dos homens", já que se trata de um capítulo sobre género); 4. idem, versão juvenil (não há homofobia entre adultos, pensarão); 5. propõem-se combater A(lhos) através de B(ugalhos). Sintomático. Imagino o resto.
Recenseamento de cidadãos portugueses que vivem fora do país é tudo menos simples. Não só obriga a deslocações aos consulados - frequentemente a umas quantas centenas de quilómetros da residência - como, chegados lá, deparam-se com informações erradas que irão ter como consequência a impossibilidade de poder votar nas próximas legislativas. Leia-se, por exemplo, esta notícia de ontem no DN. Ontem também, e usando como mote um mail do Jorge Pinto, o David escreveu, no 365 Forte, um post sobre esta temática partindo da epopeia do Luís Valente, emigrante na Alemanha. Esta epopeia teve hoje o seu epílogo, dou a palavra ao protagonista:
Emigrei. Passado tempo suficiente para ter certezas que quero ficar na Alemanha por agora e após ter uma residência mais permanente decidi mudar a morada oficial para a Alemanha. Tudo correu bem na Conservatória de Oeiras: passado umas semanas, já na Alemanha, recebo a devida carta (é enviada pelos serviços para confirmar que realmente lá moro). Na vez seguinte que me desloquei a Portugal confirmei a mudança de morada, já com a dita carta. Até aqui tudo bem.
Perguntei como se procedia em relação ao recenseamento e foi-me dito que “achavam” que era automático, mesmo quando a mudança ocorria para fora do país. Fui ler (uma parte) da lei: não é. Assumi que, uma vez que o registo não era alterado automaticamente, que iria manter-me recenseado em Portugal e que por enquanto podia ir lá votar.
Este fim de semana lembrei-me de confirmar online o meu recenseamento (https://www.recenseamento.mai.gov.pt/). O meu registo tinha desaparecido sem qualquer aviso! Não estava nem na minha freguesia anterior nem no Consulado de Estugarda...
Percebi então que tinha de me recensear novamente e com urgência, pelo que liguei para o Consulado onde me informaram que tinha mesmo de me deslocar a Estugarda.
Acabei por me conseguir recensear hoje após 120km de comboio (outro tanto para regressar), uma manhã inteira e alguma sorte. Por duas vezes me chamaram e me disseram "já não vai a tempo, as eleições são já em breve", ao que respondi que estavam erradas. Admitiram, um bocado embaraçadas, que se enganaram a contar os 60 dias legalmente previstos até à data das eleições nos quais o recenseamento não pode ser feito (acredito que tenha sido mesmo apenas lapso – que, no entanto, não devia acontecer).
Tive então de esperar duas horas desde que fui atendido pela primeira vez. Isto porque a única pessoa que sabia como escrever o documento que necessito para ser candidato pelo LIVRE/TdA (além do recenseamento preciso de uma certidão muito simples para esse efeito) era um senhor reformado (muito prestável e aparentemente muito competente), que vai lá ajudar (!) todos os dias das 11 às 15 horas. Quando perguntei a uma das funcionárias o que fariam se ele lá não estivesse foi-me respondido: "não sei, talvez tivesse de lhe pedir para ir a Dusseldorf" (400 km de Estugarda)...
Não está em causa a dedicação ou profissionalismo de funcionários ou do Cônsul, não tenho informações suficientes para avaliar isso. De facto, durante o tempo que lá estive o consulado até me pareceu bem organizado e focado no atendimento, que foi inevitavelmente lento: pelo que me disseram, os funcionários que vão saindo não são substituídos por novos. Para agravar a situação o Consulado de Frankfurt fechou em 2011. Assim, em Estugarda concentra-se muita gente a recorrer aos serviços que dependem de apenas 3 funcionários.
Não sei se todos estes muros que descrevi são propositados ou fruto de negligências sucessivas. Sei que tenho a sorte de poder optar por gastar o tempo e o dinheiro a que me obrigaram para ultrapassar estes obstáculos. E novo obstáculo virá em Janeiro, quando terei de fazer novos 120 km para cada lado para votar nas Presidenciais - o voto por correspondência não está previsto nem para as Presidenciais nem para as Europeias.
O nosso atual Presidente da República menciona com regularidade a importância da diáspora e como Portugal deve “aproveitá-la” (http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3602398). Pois bem, a diáspora não é apenas influência nem as remessas. As dificuldades desnecessárias que o próprio país de origem coloca no caminho de quem sai, na maioria das vezes por necessidade, são inaceitáveis e demonstram o desfasamento entre as palavras bonitas (a importância de manter ligação às comunidades) e a realidade (em que tudo é feito para dificultar o acesso do cidadãos portugueses residentes no estrangeiro aos seus direitos enquanto eleitores ou candidatos a serem eleitos).
Luís Valente
Obrigada JoãoG, roubei-te a imagem.
Este senhor é médico, se não tem alterações cognitivas fruto de lesão estrutural devia lembrar-se da diferença que fez fazer Internato Geral (actualmente Ano Comum, de duração inferior ao Internato Geral que eu e ele fizemos) - é a diferença entre ser médico e ser licenciado em Medicina.
Acabou de ser publicado o DL 136/2015, cujo número 2 do Artigo 31º diz "A existência de comorbilidade de foro mental ou a deficiência mental não são fatores de exclusão para admissão nas tipologias de resposta da Rede* que se afigurem mais adequadas às necessidades de reabilitação motora ou outras ações que possam ser prestadas na Rede." (sublinhados meus). Está feita alguma justiça e, espero, será uma esperança de resposta para situações deste tipo, pelo menos a médio prazo.
*Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
Sou cabeça de lista do Livre/Tempo de Avançar por Beja, distrito onde existem mais duas mulheres cabeças de lista, Mariana Aiveca pelo BE e Nilza Sena pela PAF. Deixo-vos um comentário ao facto lido na caixa de comentários de um blog local que acompanho, o Alvitrando:
Vai ser uma luta assanhada entre três cabeças de lista, disputando o eleitorado masculino...
"Cerca das 22:00 de quinta-feira, na Avenida Calouste Gulbenkian, em Ermesinde, no concelho de Valongo, um homem baleou uma mulher com cerca de 40 anos e o filho de ambos, com cinco anos.". Morreu a mãe e o filho de 5 anos, mortos por um animal.
Nunca é demais discutir a Saúde Mental no país. Por isso mesmo enviei o presente texto no decorrer da semana que agora termina para a jornalista Bárbara Reis, directora do jornal Público, a propósito da peça jornalistica "Homem com graves perturbações mentais causa alarme em Beja".
Exma. Sra. Directora
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
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olá. pode usar o endereço fernandacanciodn@gmail.c...
Cara Fernanda Câncio, boa tarde.Poderia ter a gent...
So em Portugal para condenarem um artista por uma ...
Gostava que parasses de ter opinião pública porque...
Inadmissível a mensagem do vídeo. Retrocedeu na hi...