Desde então vivemos num país um bocadinho mais justo e não há Cavacos que derrubem esta vitória.
Para além de tudo o mais, que é muito, esta luta trouxe-me a f, a minha grande e querida f. E fi-la com a minha grande irmã grande. Amo-vos do coração, miúdas.
Os luso descendentes constituem uma maiores comunidade de binacionais em França, ou seja, estão no grupo dos que, com a abertura da caixa de Pandora da perda de nacionalidade, podem ser mais afetados e que se tornarão - sem eufemismos de merda - cidadãos de 2ª se o Congresso ratificar as alterações constitucionais aprovadas esta tarde. E, várias horas passadas sobre a votação, abrem-se sites noticiosos portugueses ao acaso e em nenhum deles o assunto merece estar na página de entrada (vide, por exemplo, Público, DN e Expresso às 22h50m)
Esta animação é impressionante. Os números são conhecidos há muito, mas uma coisa são simples algarismos, outra é colocá-los assim, comparativamente e devidamente enquadrados. Não deixam, contudo, de obrigar a algumas ressalvas. A mais importante diz respeito à "nacionalidade". As cifras esmagadoras das mortes na União Soviética agregam nacionalidades distintas (que até há poucas décadas estavam diluídas na nossa cabeça, ou eram todas mais ou menos equivalentes a "russos"). Seria interessante ver a sua divisão entre russos, ucranianos, bielorrussos, georgianos, arménios, azeris, e a proporção de mortes em relação ao total da população. Este cálculo é feito para a Polónia, e é terrível. A comparação com o cenário asiático (e o impacto na China) é também importante. Outra observação interessante é - como quase sempre - colocar estes dados no tempo longo, e constatar como o nosso tempo, herdado desta hecatombe, constitui uma exceção de paz e estabilidade, em contraste com o passado de muitos séculos.
Desenvolvimento de cuidados paliativos e dignidade para morrer não são incompatíveis nem mutuamente exclusivos.
"NINGUÉM TEM O DIREITO DE OBRIGAR SEJA QUEM FOR AO SOFRIMENTO, À DOR, À AGONIA, COMO NINGUÉM TEM O DIREITO DE ANTECIPAR A MORTE DE UM DOENTE QUE NÃO O QUEIRA FAZER" (roubado ao João Semedo).
Existem, é certo, diferenças que têm em conta a recuperação física que quem esteve, de facto, grávida, e que a lei estabelece. Assim, a mãe goza obrigatoriamente de 42 dias - seguidos - após o parto, e o pai tem 10 dias obrigatórios, 5 deles seguidos logo após o parto.
8 anos passados dessa alteração crucial da filosofia da parentalidade em Portugal constato que a maioria parece desconhecer em absoluto a legislação em vigor. Não é despeciendo que tal aconteça, bem pelo contrário, é sinónimo que falta pedagogia e que muito ainda tem de ser feito neste departamento.
Os últimos dias têm sido fartos em disparates, como se pode ver pelos exemplos abaixo
1 . Para os 3 primeiros links: mal de nós se a licença de parentalidade tivesse menos de 15 dias
2. Não, caro DN, a licença de parentalidade para os pais não é de 10 dias. O que é de 10 dias é a licença de parentalidade exclusiva para o pai
3. E agora para o Expresso: não existe licença de maternidade em Portugal. Existe licença de parentalidade e pode ser gozada por pai ou mãe, tirando os dias de exclusividade acima referidos.
O mínimo que se exige aos jornalistas é que se informem sobre os temas que andam a tratar, e é tão fácil, à distância de um clic têm tudo o que precisam saber(de nada).
O SNS tem um novo portal. Parece-me excelente esta ideia de transparência e de um site de aproximação ao público. Já ao "pequeno" pormenor de integrar uma nova funcionalidade de "visualização dos tempos de espera nas urgências hospitalares" torço o nariz, espero estar enganada mas aposto que isto vai funcionar como um "potenciador" das idas à urgência - tudo o que não precisamos, como se prova pela imagem junta ("Procura dos Serviços de Urgência dos hospitais").
Um dos problemas de muitos dos nossos comentaristas encartados é que não vêem para além do seu próprio umbigo, vivem numa espécie de bolha e não se coíbem de analisar a realidade que imaginam, apesar de de real ter pouco. Há pouco, na SIC, Miguel Sousa Tavares foi a ilustração perfeito do que descrevo. Alguém podia mostrar dados ao senhor e dizer-lhe que no escalão mais alto do IRS estarão cerca de 12.000 agregados familiares, um número irrisório.
Adenda: com bonecos é capaz de ser mais fácil perceber (obrigada André)