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jugular

Pode, claro que pode JMT

Claro que um psicólogo pode ser católico - e mais tudo o que ele quiser ou puder, até parvo -, dá-se o caso de, quando assume posições públicas como psicólogo, ter de saber... psicologia, independentemente do que o seu credo defende, ou da interpretação que faz daquilo que o seu credo defende. Portanto, João Miguel Tavares, a questão não é um psicólogo não poder ser católico mas antes um católico que é psicólogo ter de saber psicologia. Capice?

 

Alguém informe aí o JMT, por favor, acredito que informado, em sendo esclarecido, não dirá disparates. E digam-lhe, também, que um psicólogo (que não seja assassino) não mata, mas pode deixar morrer.

 

Adenda: E mais, um psicólogo, mesmo sendo católico (ou ateu, ou outra porra qualquer), está obrigado a preceitos deontológicos.

...

 

 

Capturar 3.PNG

Reproduzo aqui a imagem deste post do Zé Lopes Guerreiro no Alvitrando, um blog de Beja.

Sem mais comentários, quero apenas agradecer ao Zé Lopes Guerreiro.

just kidding?

Comentar a vitória de Trump já vem tarde, já toda a gente o fez, já quase tudo foi dito e escrito em rescaldo e reflexão. Já vi anunciado o apocalipse e já li comentários de apelos à calma. Gostava muito de acreditar nestes últimos, tanto nos sensatos como nos tolos, que dizem que tudo não passou de uma estratégia eleitoral, de um golpe genial, que o candidato não será o presidente, que Trump apenas disse uns dislates e que rapidamente "assentará" perante o peso da responsabilidade inerente ao cargo, o Partido Republicano e os mecanismos da democracia americana. Prova? o discurso de vitória. "ah lá está, estão a ver?". Estou a ver o Luís Delgado, na SIC Notícias, a dizer isso mesmo.

Era tudo a brincar, portanto? Não creio.

1. a mensagem. Trump ganhou porque apelou aos sentimentos mais egoístas, nacionalistas e intolerantes de cada eleitor. Egoísmo, nacionalismo e intolerância: os interesses da América acima de tudo, a América que faz os aliados pagar pela sua proteção, a América que não aceita desvios, a América da Lei e da Ordem. A América só, contra tudo e contra todos, se necessário. Se alguém acredita que Trump irá tornar-se subitamente adepto do multilateralismo, das parcerias geostratégicas, das parcerias para a paz, gabo-lhe o otimismo, que afigura-se-me próximo do delírio. À primeira crise internacional se verá.

2. o descrédito da democracia. Em primeiro lugar, das duas, uma: ou Trump faz o que prometeu ou não. Esta é má, a primeira é pior. Em qualquer dos casos, será o descalabro da democracia como a conhecemos. Se não cumpre o que prometeu, então estamos perante a farsa mais dramática da nossa era: doravante passará a fazer escola e tornar-se-á receita de sucesso eleitoral o uso extremo da promessa bombástica, populista, ridícula, xenófoba ou irrealista. Se cumpre, bem, então estamos todos condenados. Em segundo lugar, a competência, a prática, o conhecimento e a preparação política deixaram de ser qualidades e passaram a ser defeitos. Quanto mais impreparado, bronco, estúpido e reconhecidamente mentiroso for um candidato, mais presidenciável será.

3. o mimetismo. Desprezar os estrangeiros, as diferenças, a inteligência e os Direitos Humanos era algo envolto em vergonha e desaprovação social. Já não é. Foi dada licença para a discriminação aberta e às claras, para o menosprezo pelas mulheres, para o renascimento da hostilidade contra imigrantes, afroamericanos, latinos, não-cristãos. Está lançado o apelo aos ataques racistas, homofóbicos ou misóginos, alicerçado na ignorância, no preconceito e na estupidez mais elementar. Como parte do mundo imita o que América faz, o exemplo vai proliferar; e como a restante parte, pelo contrário, se tornará inevitavelmente mais anti-americano, estamos conversados sobre o que aguarda o mundo nos tempos próximos.

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