A laicidade continua a ser um assunto de mulheres
Há pouco mais de um ano, a propósito do discurso de Obama no Cairo e na sua vontade de velar mulheres e raparigas, escrevi o post «A Laicidade é um assunto de mulheres», algo que é especialmente verdade para as mulheres em países islâmicos, mesmo no país árabe mais moderado, aka menos teocrático. Numa altura em que meio mundo europeu subitamente despertou, da pior forma, para esta questão, é importante saber o que pensam de facto estas mulheres. Estes dois livros, «Feminism in Islam» e «Velvet Jihad» são um precioso contributo para o percebermos. Os dois livros abordam o activismo feminino nas sociedades muçulmanas, em particular no Médio Oriente e em África e contam-nos o que as muitas vezes veladas activistas islâmicas têm feito para erradicar a opressão, violência e discriminação a que as mulheres estão sujeitas nestes países. Quer Badran quer Shirazi discutem as formas que o feminismo assume nas sociedades muçulmanas, e, no primeiro, podemos avaliar a evolução no Egipto dos movimentos feministas, seculares, nacionalistas ou islâmicos, desde os finais do século XIX até ao final do século XX. Dois excelentes livros especialmente recomendados aos que, como um nosso comentador, pensam que sabem «quais são os valores islâmicos, sociais e de família que essa malta [leia-se generalização abusiva] defende».