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Começo a ficar intrigada

Para muitos qual será o objectivo de uma manifestação? Fazer barulho por fazer barulho e assim ficar em paz com a sua consciência? Se não é, parece, a julgar pelo que tenho lido por aí. Ponham lá os neurónios a trabalhar, vá lá, não custa muito.

4 comentários

mdsol 31.08.2010

Meninas: não se intriguem nem aborreçam. Nem tudo é tão racional como aparenta. Postantossss, é assim: se for eu a convocar a manif. ela é boa e justifica-se e a salvação do mundo depende dela e ai dos que não lhe prescrutem todas as virtualidades que só poderão ser criaturas superficiais sem apelo nem agravo, muito menos com chão que lhes permita ter onde cair mortas; se a manifestação for minha ela é arrasadora nos seus fundamentos e condensa todas as "nuances" possíveis e imagináveis que se relacionam com o problema; se a manifestação for tua é limitada no enquadramento, não responde à "profundeza da magnitude" do problema em causa, rodeado que está de uma míriade de outras questões que têm de ser igualmente "manifestadas".
Ele há assim a modos que os puros, que têm as capacidades de síntese da complexidade do mundo hiper desenvolvidas e, portantossss pah, tás a ver, tudo o que não brote das suas cachimónias é redutor e só responde a aspectos menores do que deveria ser, tás a ver, o início da revolução definitiva.

Hei-de morrer a questionar-me acerca desta deturpação do sentido agonista do "pípol".
Shyznogud 31.08.2010

Para além disso tudo, mdsol, o q me intriga é haver gente que parece esquecer-se q este tipo de demonstrações/manifestações têm como objectivo exercer pressão sobre o poder e qm o exerce ou o pode condicionar, governo e partidos políticos, em primeiro lugar.

Kássia Kiss 31.08.2010

Tudo isto me faz lembrar uma história passada com o António Guterres, quando era primeiro-ministro. Lamento não poder ser mais exacta (falha-me a memória), mas foi mais ou menos assim: num acto público, um cidadão aproximou-se dele para lhe entregar um presente em protesto de qualquer coisa. Era uma espécie de "presente envenenado". Os jornalistas perguntaram ao "Primeiro" o que ele tinha a dizer sobre aquilo e ele respondeu que vivemos numa democracia e o cidadão em questão exercera o seu direito de protesto, pelo que podia regressar a casa muito satisfeito!!!
É isso mais ou menos o que se passa com a democracia e a liberdade hoje em dia: protesta-se, fazem-se manifestações e regressa-se a casa muito satisfeito por se ter exercido o seu direito. E adiantou alguma coisa? Fez-se pressão? Bem, isso é secundário, o que interessa é fazer barulho e aparecer na televisão.
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