"Jugulares deixam-se dominar no blog"
Podia ser notícia de abertura de telejornais; ou, pelo menos, de Correio da Manhã ou FHM. O que é que a Gabi e o Ronaldo têm que a gente aqui não tenha, não é verdade? E agora pergunta quem lê este "furo": que me terá passado pela cabeça? E eu respondo: "não sei, perguntem a quem sabe". E digo quem sabe: O Nuno Lobo, aquele senhor do Cachimbo de Magritte que escreve coisas inteligentes para gente inteligente. A última vez que tinha esbarrado na sua sagacidade clarividente tinha sido há já algum tempo, aquando do "dia da raça" cavaquista e de um post onde se dizia, no essencial, que os portugueses são mais portugueses do que os que o não são. Agora tropecei noutra evidência cartesiana do ilustre blogger: este blog faz pink politics. Pink? sim. Porque "O jugular sempre foi dominado pelo género feminino e proto-feminino" (um dia hei-de descobrir o significado do conceito de "género proto-feminino"). "Dominado", perceberam? Há um "domínio" feminino (e proto-feminino, não esquecer) nesta casa e isso é motivo de realce. Sim, nos blogs decentes e normalzinhos, da direita cachimbesca ou 31 da armadesca à esquerda cincodísica, as mulheres servem só para compor o ramalhete e, sei lá, dar um toque feminino a um blog, que fica sempre bem, areja e dá tusa, sempre podem ir buscar umas bjecas aos manos mas onde manda quem deve, ohoh, you're kidding, feministas mas calmex, afinal há uma SIC Mulher e blogs também para elas, querem mandar vão para aqui ou para aqui, onde se encontram os temas que naturalmente lhes interessam.
O Jugular, não. Até se fala de coisas sérias e parece um blog decente, à primeira vista. Mas esgravatando um pouco percebe-se que os homens, estranhamente, não mandam aqui nada e deixam que isto se transforme num blog "feminino" ou, melhor ainda, "proto-feminino", o que quer dizer que as mulheres estão primeiro (não entendo outro sentido para a palavra "proto"). Dominam, portanto. Como tal, e apesar de bem tentarem imiscuir-se nos assuntos dos homens, as mulherices naturalmente acabam por prevalecer, como bem notou o Nuno Lobo, ao detectar as nossas "naturais shyznogudisses, sandalinhas no pé e passanços big time" e o modo como, nos últimos tempos, "assumimos esta condição com tanta imodéstia". Ihihih, digo eu, completamente dominado.