Nódoas e benzinas
Cerca de dois meses e meio depois da busca que incendiou o Vaticano, foi tornado público o relatório da comissão da Igreja que investigou os casos de abuso sexual por membros da ICAR. As conclusões são estarrecedoras: «We can say that no congregation escapes sexual abuse of minors by one or several of its members». A maioria dos casos confirmados envolve vítimas do sexo masculino que começaram a ser abusados com idades à volta dos 12 anos, das quais pelo menos 13 se suicidaram, mas nem bébés de 2 (dois) anos estavam a salvo dos abusadores clericais. O relatório da Igreja indica que não houve encobrimento sistemático dos casos de abuso apenas silêncio e «controle de danos».
E parece que o «controle de danos» resultou: nenhum abusador será levado a tribunal uma vez que a arquidiocese de Bruxelas ganhou a acção legal contra o Estado que movera por considerar que a imagem da Igreja ficara «manchada» pela operação policial. As buscas de Junho foram declaradas ilegais e os documentos apreendidos não podem ser usados pelos procuradores. O arcebispo Andre-Joseph Leonard já declarou a sua satisfação pelo desfecho do processo.