hasta la victoria, mas agora vais para a rua
neste post, fiz um apelo: se alguém me ajudava a encontrar alguma coisa no avante! de ontem sobre os despedimentos em cuba. ninguém ajudou, mas deus ajuda quem se ajuda a si próprio e lá dei com uma entrevista, na secção 'festa do avante!' (andava, naturalmente, a procurar na internacional), a um jurista cubano na qual, apesar de tal não surgir no destaque/sumário, há uma 'explicação' sobre o assunto.
ora leiam:
'Nós somos um país imperfeito. Eu não conheci nenhum que fosse perfeito. Toda a obra humana é aperfeiçoável. Em mais de 50 anos, contamos com conquistas, mas também com retrocessos. Cometemos erros, como é próprio das obras humanas.
O povo de Cuba está consciente de que são necessárias mudanças estruturais no sistema socialista. Para quê? Para acabar com a ineficiência, com a improdutividade, com a burocracia, com o paternalismo, para que o Estado não tenha de continuar a supervisionar tudo. Não temos economia para sustentar isso.
Mas tal não quer dizer que vamos tomar medidas imponderadas, que nos façam seguir o caminho de outros países socialistas, da Europa, por exemplo, cujas alterações conduziram à debacle do sistema.
(...)
Nós não vamos abdicar do socialismo, o que queremos é melhorá-lo. Temos a obrigação, o compromisso de construir um sistema funcional, humano, digno, que proporcione a toda a gente as possibilidades que nunca tiveram; que garanta a todas as pessoa educação, saúde, desporto, segurança social. Com o actual rumo não o vamos conseguir.
Estão a ser tomadas as medidas anunciadas pela direcção do país. Vamos ter que recolocar noutros postos um milhão de trabalhadores. Existe uma grande quantidade de pessoas que recebem salário sem retribuir à sociedade.
Estas pessoas não vão ficar indefesas, não vão ser desempregadas, não vão passar à marginalidade, vão ser encaixadas numa actividade produtiva que o sistema necessite.
Por outro lado estamos a incentivar o trabalho por conta própria. Negócios geridos pelos próprios que paguem um imposto ao Estado. Há quem diga que isto é capitalismo. Não, é socialismo, assim mantenhamos o controlo sobre os principais meios de produção.'
sobre o mesmo assunto, ler joana lopes, no brumas.