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Economia do Conhecimento


N´ «O Voto da Ciência» afirmei que as tecnologias em energias renováveis serão as próximas indústrias globais, ultrapassando muito provavelmente as tecnologias da informação daqui a uns anos. O gráfico acima, que representa a evolução das estimativas das necessidades energéticas globais, explica esta afirmação já abordada em Agosto no «Energias alternativas e aquecimento global».

A necessidade de investimento na pesquisa de fontes energéticas alternativas é explicada também pelo facto de que, quaisquer que sejam os modelos de crescimento económico que se utilizem, é necessário para evitar recessões que a taxa de crescimento do progresso tecnológico, nomeadamente no sector energético, seja suficiente para contrabalançar os efeitos das restantes variáveis em equação. Assim, os países que mais investirem agora em investigação nesta área beneficiarão assim de uma vantagem estratégica no futuro próximo, facto a que os dirigentes europeus estão muito sensíveis.
 

Vários anúncios da União Europeia na semana passada confirmam a aposta no desenvolvimento de uma economia do conhecimento. Um deles informa que a Comissão Europeia autorizou o financiamento de 67,6 milhões de euros, concedido no final de 2007 pela OSEO - a agência francesa de apoio à inovação -, para o programa Horizon Hydrogen Energy (H2E). O programa coordenado pelo grupo Air Liquide envolve cerca de 20 parceiros, que incluem grupos industriais, pequenas e médias empresas e laboratórios públicos franceses de investigação. O H2E representa um investimento de cerca de 200 milhões de euros em I&D num período de 7 anos na pesquisa de soluções energéticas ligadas ao hidrogénio - que inclui investigação em células de combustível de hidrogénio.

Por outro lado, a Comissão Europeia, a indústria europeia e a comunidade europeia de cientistas, constituiram a parceria público-privada da Joint Technology Initiative (JTI). A JTI vai investir cerca de mil milhões de euros ao longo de seis anos na investigação em células de combustível e hidrogénio, bem como no desenvolvimento e demonstração desta tecnologia. A plataforma HFP tem como objectivo colocar a Europa na linha da frente das novas formas de energia e criar massa crítica relativamente a estas tecnologias antes de 2020, ano em que se prevê uma diminuição da capacidade de produção da indústria petrolífera.

O Comissário Europeu da Ciência e Investigação, Janez Potocnik, afirmou que «ao investir nestes projectos científicos estamos a colocar o dedo na ferida, pois o desenvolvimento de novas tecnologias é crucial para alcançar os objectivos europeus no que concerne às alterações climáticas e aos desafios energéticos».

A iniciativa foi formalizada numa assembleia geral em Bruxelas que decorreu entre 13 e 15 de Outubro e reuniu cerca de 600 Stakeholders da Fuel Cells and Hydrogen Joint Technology Initiative e durante a qual a a Alemanha, a Grã-Bretanha e a Dinamarca e apresentaram programas nacionais consistentes no que respeita a uma economia focada em energias que não as provenientes de combustíveis fósseis, em especial o hidrogénio. A Dinamarca foi mais longe e anunciou pretender em 2020 produzir toda a sua energia 2020 de forma renovável estando em curso o desenvolvimento de uma base industrial de suporte desde a produção de hidrogénio à fabricação de pilhas de combustível.

Mas soube-se também que que o Banco Europeu de Investimentos anunciou a sua disponibilidade para financiar os projectos de infra-estrutura necessários à logística do hidrogénio, por exemplo, a rede comum de pipelines para distribuição de H2 que os países nórdicos pretendem construir.

Foi criada igualmente uma plataforma comum que pretende congregar as regiões e municipalidades activas no desenvolvimento de tecnologias ligada ao hidrogénio – HyRaMP- European Regions and Municipalities on Hydrogen and Fuel Cells.

Mas o interesse nesta forma de energia não se restringe à Europa: por exemplo, dentro de dias começarão a circular em S. Paulo autocarros movidos a hidrogénio no âmbito do projecto «Estratégia Energético Ambiental: Ônibus com Célula a Combustível a Hidrogênio».

Em Portugal, o hidrogénio parece ter sido ignorado pelos nossos legisladores no quadro legal dos incentivos e benefícios fiscais das energias renováveis ao ponto de os veículos movidos a hidrogénio nem sequer beneficiarem da taxa reduzida aplicado aos que utilizam GPL ou gás natural muito menos das isenções em sede de IA de que gozam os veículos híbridos. No entanto, uma das descobertas que promete revolucionar esta área foi feita muito recentemente em Portugal, a gelatina iónica que permitará desenvolver dispositivos mais baratos e mais ecológicos.

 

(em stereo no De Rerum Natura)

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