Falhanço em toda a linha no Afeganistão
A situação no Afeganistão continua tensa apesar da investigação das acusações de fraude eleitoral que ainda decorrem. Fazil Ahmad Manawi, que dirige a Comissão Eleitoral Independente, informou que foram invalidados "cerca de 1,3 milhão" de votos, aproximadamente 23% dos votos expressos nas eleições de 18 de setembro, as segundas eleições legislativas no Afeganistão desde a queda dos talibãs. Os resultados finais não devem ser divulgados antes do fim do mês, mas o anúncio pode conhecer mais atrasos devido a denúncias entretanto apuradas. No dia 7, centenas de afegãos foram para a rua exigir novas eleições.
Entretanto, no início de Outubro, na data em que se assinalavam nove anos da invasão do Afeganistão, teve lugar a apresentação do Conselho de Paz, um grupo composto por 68 membros com a missão de intermediar o diálogo com os talibãs e outros grupos insurgentes. Nesta mesma data, os talibãs anunciaram em comunicado que controlam 75% do país. «Nove anos depois do anúncio, a força do jihad (guerra santa) e a resistência contra a invasão americana e contra seus aliados está tão forte como sempre», lia o comunicado do grupo. Ou seja, como infelizmente se perspectivava em Agosto, 9 anos depois, não só a democracia não vingou no Afeganistão como tudo indica que os afegães ficarão sujeitos a um regime tão ou mais brutal e sanguinário do que aquele de que a intervenção ocidental supostamente os libertaria.