Way to go, Filipino Freethinkers!
Nas Filipinas, um Éden católico onde nada se faz sem a aprovação da Igreja e tudo segue estritamente os ditames da ICAR, discute-se, pela enésima vez nos últimos 15 anos, uma proposta de lei de Saúde Reprodutiva (RH) que permita acesso a contraceptivos pecaminosos. Como não podia deixar de ser num país que reflecte tão claramente a moral e virtude católicas, a ICAR local opõe-se visceral e vocalmente a esta lei, segundo eles tão criminosa quanto imoral - e tão imoral quanto a Magna Carta que pretendia reconhecer direitos às vis mulheres e não reconhecia a divinamente ordenada dominância do homem sobre a mulher.
Para não haver quaisquer dúvidas, os padres filipinos, habituados ao poder que lhes permitiu no passado demitir presidentes que se arrogaram a não seguir à risca as suas ordens, envenenam diariamente os ouvidos das suas congregações contra os políticos «imorais» e «mal formados» que pretendem que as filipinas possam ter sexo sem consequências, ou seja, possam pecar sem castigo ao terem acesso a anátemas como a pílula ou os execrados preservativos. A Igreja, que já avisou que iniciará uma guerra de desobediência civil se a lei for aprovada no próximo dia 24 de Novembro, avisou igualmente que serão excomungados todos os que votarem favoravelmente a lei.
Mas desta vez parece que nem toda a população acata sem protestos os desmandos católicos. Um grupo de entidades e ONGs liderado pelos Filipino Freethinkers declararam que «We are tired of the political and religious bullying of the Catholic Church.» E, para enfatizar quão fartos estão das manobras sujas da ICAR, marcaram uma festa da excomunhão que pretende reunir os que em Manila subscrevam o lema «If supporting the RH bill means excommunication, then excommunicate me!».