Tensão alta na Costa do Marfim
Ontem, depois de a Comissão Eleitoral ter declarado a vitória do candidato da oposição, Alassane Ouattara, nas eleições presidenciais de 28 de Novembro último, com 54,1% dos votos, as Forças Armadas da Costa do Marfim fecharam fronteiras e proibiram imprensa estrangeira no país. «As fronteiras aéreas, terrestres e marítimas do país estão fechadas para todo o movimento de pessoas e bens», disse o porta-voz das Forças Armadas do país, Babri Gohourou. Os militares anunciaram ainda «a suspensão imediata de todos os canais de notícias estrangeiros» no país.
Hoje, numa alocução em Abidjan o presidente do Conselho Constitucional da Costa do Marfim, Paul Yao N'Dré, proclamou a releição de Laurent Gbagbo, com mais de 51% de votos. A ONU não aceitou esta reviravolta nos resultados e o enviado das Nações Unidas para o país africano, Youn-Jin choi, disse aos jornalistas que não reconhece os resultados anunciados nesta sexta-feira. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu a Gbagbo para «fazer o que deve fazer para o bem do seu país e colaborar para uma transição política tranquila». Ban Ki-Moon acrescentou que a «vontade dos marfinenses deve ser respeitada» e avisou que aqueles que incitarem ou perpetrarem violência serão responsabilizados.
O contestado anúncio deixou o país à beira de um conflito, com alguns confrontos entre membros do partido da oposição e do governo. Esperemos que o bom senso prevaleça e que o país não regresse à guerra civil de 2002-2003.