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40

São as mortas conhecidas no decorrer deste ano. Número redondo, miserável. Tinha 33 anos.

21 comentários

Niamey 04.12.2010

33 anos e Maria Olinda Fernandes de seu nome, não sei, para se fixar melhor à memória, talvez
Tita 05.12.2010

Niamey,
Muito obrigada.
Niamey 06.12.2010

Sim, cat, com certeza e devo acrescentar que o esforço tem sido todo de Ana Matos Pires que incansável e infelizmente tem feito o possível por não deixar passar uma única vítima de violência doméstica em branco. Para além de assinalar os casos que se vão sucedendo, assim se tornem notícia, tem escrito alguns textos impressionantes sobre esta realidade, sobretudo porque parecem ser sobre situações reais, de que vai tendo conhecimento. Assim de repente estou a lembrar-me de um dos mais duros: "Uma Inovação Terapeutica". Se linkar o nome da Ana na coluna no canto superior direito, depressa lá chegará, ao post. Percebi que a intervenção nesta matéria deverá ser mais vasta como se pôde concluir por outros postes com mera informação de agenda de congressos médicos, não vou especificar muito mais para não incorrer em erro.
Cat agradece-me a divulgação do nome da vítima. Ficamos então ambas agradecidas a Ana Matos Pires que lhes foi dizendo a idade e os nomes para que as memorizássemos. Limitei-me a imitá-la ao ir em busca do nome para além dos 33 anos. Não me tinha apercebido da dimensão deste problema até começar a dar de caras sistemática e infelizmente com estes postes. Sempre me pareceu um robinson crusué ao contrário.O homem isolado na ilha ía gravando um tracinho por cada dia mais que lá passava, aqui o tracinho é por cada mulher a menos.
Espero que Ana não considere este comentário uma indiscrição, é na verdade e apenas o reconhecimento de um esforço de alguém que combate efetivamente a violência doméstica. Sendo assim aproveito também para lhe agradecer, Ana Matos Pires, porque sei que não há muitas outras formas de espantar um mal para além de começar por divulgá-lo.
Ana Matos Pires 06.12.2010

Obrigada pelas suas palavras e pelo reforço positivo, Niamey, espero mesmo estar a ajudar de alguam maneira.

(que indiscrição que nada, senhora)
cat2007 06.12.2010

Niamey, agradeça, então à ANa por mim. "Uma Inovação Terapeutica"? Vou ver com toda a certeza. Obrigada, again.
Niamey 06.12.2010

já foi agradecido e o agradecimento reconhecido e retribuído pela autora do post que está aqui presente tal como nós. todas em igualdade de circunstâncias metidas numa caixa de comentários. juro-lhe que acho isso bastante saudável. é bom porque pode dirigir-se-lhe a ela sem intermediárias. Ah e prepare-se para a "Inovação Terapeutica" que não é brincadeirinha nenhuma.

IH 04.12.2010

Esta alma aparentemente tão sensível aos hediondos números sobre vítimas no feminino é a mesma alma que dá corpo ao manifesto contra a vida inocente cortada rente antes de vir ao mundo.
Amigavelmente.
Ana Matos Pires 04.12.2010

O seu comentário não me merece, sequer, um bardamerda,
IH 04.12.2010

Isso. É melhor morder a língua em silêncio.
Amigavelmente.
Ana Matos Pires 05.12.2010

Não teria você a culpa, teria eu se o fizesse.
cat2007 05.12.2010

Bardarmerda. Pois, a mim merece.
cat2007 05.12.2010

Cabeçudo distorcido (a). Desculpe lá o insulto, IH.

José Luiz Sarmento 05.12.2010

Já que o meu comentário anterior não foi comentado, insisto nas perguntas: e durante o mesmo período quantas crianças foram mortas em episódios de violência doméstica? Quantos velhos? Quantos homens? Porque é que estas mortes são notícia por um dia ou dois mas depois nunca são contabilizadas?

Quarenta mulheres mortas é horrível. Uma já seria horrível - tão horrível como a de qualquer outra pessoa. Da miúda que foi mergulhada pela avó em água a ferver, por exemplo. Sendo que nestes casos o horror é ampliado por um silêncio que quase chega a parecer cúmplice.
Ana Matos Pires 05.12.2010

Não sei a que comentário seu se refere, José Luíz Sarmento. Qto ao resto do que diz já respondi tannntas vezes que estou marreca. Interessa-me - a mim, pessoalmente tv assim consiga fazer-me entender) - a violência contra as mulheres, em particular no contexto da VD, posso? Pq não posta o Luiz sobre as outras vítimas de VD, juro que leria interessada e atentamente.

Olhe que as mortes por VD, todas elas, são contabilizadas todos os anos, procure lá melhor.

Silêncio geral dessa enormidade que foi a miúda "cozida" na banheira? De quem?
José Luiz Sarmento 05.12.2010

Claro que pode, e não precisa da minha autorização para isso. Que uma pessoa combata denodadamente a violência contra as mulheres é mais que legítimo: é louvável. Como é legítimo e louvável que outra pessoa, ou a mesma, combata a violência doméstica. E é legítimo, em terceiro lugar, que uma pessoa escolha para combater, de entre toda a violência que há no mundo, uma manifestação em particular. Legítimo e, provavelmente, mais eficaz.

O quer não é louvável nem legítimo é promover a confusão entre as duas coisas, porque esta confusão acaba por deixar no limbo muitas vítimas e muit@s culpad@s.

Dirijo esta crítica a uma atitude que me parece generalizada e não a si pessoalmente. Se dei a impressão que estava a fazer de si bode expiatório, peço desculpa.

Mas, se fui pouco claro neste ponto, há outro em o não fui: quando falo em silêncio não me estou obviamente a referir à ausência de atenção mediática, mas à sua curta duração e à falta de continuidade. Vemos a notícia da menina "cozida", ou a do velho encarcerado num cubículo imundo pelo filho e pela nora (ou pela filha e pelo genro, já não me lembro deste pormenor); ficamos horrorizados por um dia ou dois, e logo a seguir, por um processo de dissociação cognitiva que não compreendo, voltamos ao nosso hábito mental de pensar que a violência doméstica é sempre, ou quase sempre, exercida por homens sobre mulheres.

Estou ao corrente da justificação teórica "oficial" (ou ideológica, se preferir) para esta particularização: a violência dos homens sobre as mulheres é especial porque se trata dum instrumento de controle político, entendendo-se aqui por político tudo o que envolve uma relação de poder.

Como se toda a violência o não fosse, por definição.

A Ana escolheu o seu combate, eu escolhi o meu: a violência de classe. Assim como eu reconheço a legitimidade e a importância do seu, espero que reconheça a legitimidade e importância do meu, que encontrará amplamente documentado no meu blogue, se quiser lá ir.

Espero ter sido claro. Em todo o caso: "<i>Hier stehe ich; ich kann nicht anders."</i>
Ana Matos Pires 05.12.2010

Concordo consigo, "não é louvável nem legítimo" promover a confusão entre violência doméstica e violência de género, daí que a legislação sobre violência doméstica abranja outras situações que não só a violência doméstica sobre as mulheres. Contudo não me parece que debruçarmo-nos sobre uma parte - inquestionavelmente a que mais contribui para o número de mortes - determine essa confusão. E não julgo que haja "dissociação cognitiva" face às outras formas de violência doméstica, mais uma vez relembro que a lei abarca todas as situações. Parece-me, isso sim, que é preciso sempre fazer mais e melhor.

A justificação para esta "particularização", como lhe chama, é bem mais prosaica, acho eu, etem sobretudo a ver com o número de vítimas e as mortes que determina.

A legitimidade e importância do seu combate é inquestionável, José Luiz. Vou passar pelo seu blog, sim.

Ps: não sei se traduzi bem a sua frase, alemã se sim não percebo: pq não me pode ajudar?
José Luiz Sarmento 05.12.2010

Com todo o gosto. A frase é atribuída a Martinho Lutero, que a terá proferido perante um tribunal que o interrogava sobre as suas crenças religiosas. O seu carácter sucinto leva a que seja difícil de traduzir. Uma tradução literal não faria sentido: daria qualquer coisa como "estou aqui de pé, não posso doutra maneira". A minha tradução é "esta é a minha posição, não posso ter outra." E mesmo assim tenho de deixar de fora o subentendido que o verbo Können permite, que seria "mesmo que queira".

É uma das minhas citações preferidas porque resume, em apenas seis palavras, o que é a integridade.
Ana Matos Pires 05.12.2010

Obrigada.

cat2007 05.12.2010

Bem. Estava desconcertada. Tanto, que me deixei levar em respostas individualizadas dirigidas a Hi, Hi, Hi! Agora que estou um bocado mais calma, quero dizer o seguinte: Era o que faltava que uma das donas deste blog não pudesse publicar sobre o que muito bem entende, quando ainda por cima entende muito bem.
Acresce que o limite para os comentadores tem um nome. Falta de respeito. Não é permitido pisar esta linha, como todos sabemos. Todos os que recebemos educação em pequeninos, claro.
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