Histeria continua, insistem eles
A complacência de parte da direita portuguesa para com as mentiras e deturpações da dupla McCain-Palin só pode ser entendida através das lentes (cegas) da pura barricada ideológica. Eles raramente falam do que é realmente dito sobre a dupla republicana, limitando-se a assobiar para o lado e a rotular os seus críticos de histéricos e esquerdistas preconceituosos. Suponho que os conservadores Chris Patten (no público da semana passada), Marcelo Duarte Mathias (no programa Câmara Clara) e Andrew Sullivan (todos os dias no seu blog e num artigo do Times Londrino) também tenham sucumbido aos delírios esquerdistas, pois eles dizem basicamente o mesmo que os media liberais americanos: a escolha de Palin é aberrante e representa uma traição daquilo que McCain sempre defendeu, uma capitulação hipócrita e cínica do senador do Arizona perante a ala mais radical do partido republicano. As dúvidas sobre Palin e a sua evidente falta de qualificação para o cargo começam a ser difíceis de negar, como revela este artigo do New York Times ou este da New Yorker. E já agora, porque não dar uma olhada ao factcheck, ou será que este só é fonte credível quando serve de arma de arremesso contra a esquerda e seus os boatos delirantes sobre a Palin? Mas apesar de tudo isto a nossa direita insiste na mistificação e desqualificação daquilo que vai aparecendo, acabando por mimetizar o comportamento dos conservadores americanos na sua estratégia de denúncia do liberal media bias. Posto isto, começo a achar que são os comportamentes da direita portuguesa que requerem descodificação psicológica. Fica aqui a sugestão, na esperança que o Filipe Nunes Vicente se dedique a este tema tão fascinante

