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O candidato

Antes de Cavaco chegar a Belém, ser Presidente da República em Portugal não parecia uma tarefa excessivamente complicada.
A triste figura que ele fez na República Checa, consentindo no enxovalho público do país, revelou-nos que essa ilusão se devia ao facto de todos os anteriores titulares do cargo terem algo de que o actual carece em absoluto: espinha vertebral e sentido de lealdade ao país.
A falta de sentido patriótico do actual inquilino do Palácio de Belém exprime-se de resto continuamente na sua preocupação de explicar aos portugueses os problemas e as preocupações de Angela Merkel, do BCE e dos credores externos, como se a sua responsabilidade fosse para com eles e não para connosco.
Chegou agora ao ponto de qualificar de "insultos" todas e quaisquer opiniões distintas das patrocinadas pelos distintos "mercados". O "bom aluno", já se sabe, distingue-se por ser especialista em dar manteiga aos mestres; quando os lixa, há-de ser sempre às escondidas.
Nunca o país esteve tão desprotegido como agora, quando o seu Presidente, em vez de falar em sua defesa, antes faz coro com as agências de rating que invocam ser a nossa situação económica "insustentável". Se é o próprio Presidente da República de Portugal quem o afirma, quem são os investidores estrangeiros, o BCE e o FMI para o contrariarem?
Chegamos finalmente ao tema da seriedade. Como qualquer bom filisteu, Cavaco Silva interpreta a expressão "seriedade" da forma que melhor se adequa à defesa das suas acções e omissões.
A seriedade, para ele, é um estado de espírito perfeitamente compatível com a agitação à sua volta de toda a casta de malandros que fazem e desfazem bancos, planeiam negócios obscuros e conspiram para plantar nos jornais notícias programadas para socavar a confiança no governo e influenciar eleições.
Ele não sabe de nada, no mesmo sentido em que o bom povo alemão não sabia de nada apenas porque não se perguntava para onde teriam ido os seus vizinhos judeus desaparecidos ou que relação teriam com esses desaparecimentos os comboios atulhados de gente que todos viam rumar a leste.
Mas se não sabe nem quer saber, se é possível rodear-se de gente imprópria para consumo durante duas décadas sem suspeitar do quer que seja, se inclusive chegou a acreditar que o Conselho de Estado era um lugar apropriado para lá enfiar um deles, cabe perguntar que discernimento tem esta criatura de Deus?
Estaremos condenados a manter em Belém uma pessoa assim?

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