Pela Moral e Bons Costumes II
Quando, há dois dias, iniciei esta série planeava dedicar-me essencialmente a repescar pérolas de um passado mais ou menos recente. Eis que sou levada a alargar o âmbito da série. O motivo? Muito simples, acabei de ler no Público(pág.12), naquelas pequenas chamadas de atenção a vermelho que encimam algumas páginas, o seguinte: «O Parlamento vai passar o monitorizar os computadores a partir dos quais são efectuados acessos ou tentativas de acesso a sites "não recomendados". São assim considerados os de pornografia, droga, agressão, jogo e pirataria informática.» Procurei mais informação sobre o assunto, infelizmente não encontrei (se alguém quiser fazer o obséquio de me ajudar na busca ficarei muito agradecida). Se excluirmos a pirataria informática (que tem - justa ou injustamente, não interessa para aqui - algumas questões legais associadas) , não consigo entender - e já tentei, oh se - este conceito de sites não recomendados. Porquê? Porque indiciam um uso lúdico de computadores de trabalho? Mas então o problema está no "lúdico" e isso faz com que um fórum de gastronomia ou bordados sejam tão pouco recomendável como um "Mature Pussy Porn" ou um "Big Dicks, Huge Cocks" não é? Resumindo: se não me choca a proibição/limitação de acessos "lúdicos" durante o horário de trabalho, já me faz muita confusão a moralização dos mesmos. Adenda: é importante realçar que não se está a falar de uma qualquer empresa ou instituição privada a quem reconheço (às vezes sou assim, uma querida) o direito de defender a(s) moral(ais) que quiser.

