a frente da calúnia, em seu aviltante esplendor
pacheco pereira e o seu apaniguado josé manuel fernandes (entre outros, como o esforçado aprendiz lomba) especializaram-se nisto: ninguém que defenda ou que apoie o objecto do seu desesperado ódio pode fazê-lo senão por uma razão: o interesse pessoal, por prebendas, dinheiros, lugares, privilégios. pacheco pereira, por quem demos nos últimos meses, em patética cambalhota daquele género das dos cristãos renascidos que passam a pregar incessantemente contra o que até há cinco minutos era a sua raison d'être, a denunciar a política da calúnia (quando começou a ser ele próprio alvo da sua receita, por via das facções afectas a áreas do seu partido de que é inimigo figadal) escreveu nos últimos dois anos uma série de textos a atacar os blogues -- os blogues, por amor de deus -- que considera apoiarem o ps/sócrates; chegou a usar a expressão infecta 'têm a carteira no gabinete do primeiro-ministro'. o pequeno lomba vaticinou 'desonra' e 'opróbrio' eternos a quem tenha apoiado os governos de sócrates (e a quem votou neles, não?) e o tresloucado fernandes, que redigiu uma impagável redacção turístico-odienta para o guardian, baba insultos em todas as direcções.
devia ser claro, isto: podemos -- e devemos até -- ter opiniões muito diferentes sobre o que é bom para o país, sobre projectos políticos e sobre a valia das pessoas; podemos -- e temos mesmo de -- terçar razões com quem não está de de acordo connosco e defende soluções ou personalidades que consideramos desastrosas. mas quando se diz, como dizem estes desgraçados, que o que o adversário diz, aquilo que defende, o que defende, quem defende, se deve só e apenas e se pode apenas dever a pagamento, em numerário ou espécie, já não estamos no campo da discussão política ou sequer do debate aceitável, mas do crime e do incitamento ao crime. que tanta gente aceite conviver com isso e encare tal como uma espécie de intocável expoente da liberdade de expressão jamais deixará -- e espero que jamais deixe -- de me espantar. porque, como deveria ser óbvio para toda a gente (toda a gente com um pingo de decência, claro) precisamente o que se pretende com isto é limitar, calar, rasurar, censurar, matar a liberdade de expressão dos alvos da calúnia: cala-te se não queres que te chamem vendido; cala-te se não queres passar por mercenário; cala-te se não queres ser arrastado pela lama, cair em desgraça, ser banido.
nojo eterno, sem perdão -- venham as cambalhotas que vierem, as metamorfoses que ocorrerem --, para quem isto faz e isto fomenta e difunde, faz banal e copiável.
e não, não vou dizer que lhes pagam ou pagarão para isso. até porque podia parecer desculpa e porque acho que o fazem mesmo por gosto, vocação e natureza. e porque nada -- nada, por maior o orçamento -- poderia pagar tamanha baixeza.

