Diferenças que fazem toda a diferença
O PS aproximou o regime da CGA do regime geral da Segurança Social e deu passos para garantir que a ADSE seria financiada apenas com as contribuições dos seus beneficiários. Estas duas medidas pretendiam corrigir privilégios injustos: os funcionários públicos reformavam-se mais cedo do que a maioria dos cidadãos; os impostos que deviam servir para financiar um SNS de acesso universal também financiavam uma ADSE que beneficiava apenas os funcionários do Estado. Aquilo que PSD e CDS se preparam para fazer não se fundamenta em qualquer ideal de justiça. Trata-se de puro preconceito ideológico. A pretexto de uma crise de endividamento geral do país - Estado, famílias, empresas, banca - o actual governo decidiu responsabilizar apenas sobretudo o sector público. A história de isto ser justificado porque os funcionários do Estado ganham têm salários 15% superiores aos do sector privado é desonesta e revela má-fé. Percebe-se agora melhor quais os portugueses que não aguentam mais sacrifícios: são os malandros que ousam trabalhar, receber prestações sociais e pensões do Estado. O que move a direita é o mesmo que a leva a classificar a crise actual como tendo sido causada pelo endividamento público: o desprezo pelo Estado.