Daqui a um ano falamos
Cortes de 15% nos salários da função pública e de 10% nas pensões, e aumento transversal dos impostos sobre o consumo. Não, não estou a falar do Orçamento de Estado hoje entregue no Parlamento em Lisboa. Falo de algumas das medidas adoptadas pelo governo grego no Orçamento de Estado para 2011. Projectava-se uma recessão de -2,6% do PIB - valor inferior, ainda assim, aos -4% de 2010. O pior já tinha passado, pensava-se.
O resultado, hoje, está à vista: a menos de três meses do fim do ano, prevê-se que a queda do produto ascenda aos 5,5% do PIB; automaticamente, o défice explodiu; automaticamente, a troika exigiu mais medidas. Parece que o governo grego não implementou tudo a que se tinha comprometido; podemos, entretanto, entretermo-nos a imaginar em que medida a implementação completa do programa da troika teria agravado a recessão.
Esperemos, daqui a um ano, não chegar à conclusão que a mesma terapia aplicada por cá levou a consequências idênticas.