A austeridade não funciona
O fracasso da austeridade expansionista na Grã-Bretanha deve dar a todos os seus defensores a nível mundial razões para reflectir e repensar os seus cálculos políticos. A Grã-Bretanha é uma economia altamente aberta com uma taxa de câmbio flexível e com alguma margem para flexibilização monetária adicional. Não existe qualquer risco ou prémio de incumprimento nas taxas de juros britânicas que indique que o medo do caos político-económico está a desencorajar o investimento.
Com uma taxa de juro nominal de dez anos de menos de 2,1% ao ano, já devia estar num período de boom. Se é que alguma vez existiu um país onde a austeridade expansionista devia funcionar bem – onde o investimento privado e as exportações deveriam aumentar à medida que compras governamentais desciam, confirmando a visão que os seus defensores têm do mundo – esse país devia ser a Grã-Bretanha de hoje.
Mas a Grã-Bretanha de hoje não é esse país. E se a austeridade expansionista não está a funcionar na Grã-Bretanha, como poderá funcionar em países que são menos abertos, que não podem usar o canal da taxa de câmbio para aumentar as exportações e que não dispõem da confiança a longo prazo que os investidores e as empresas têm na Grã-Bretanha?
Responsáveis políticos de outros países do mundo, tomem nota: passar fome não é o caminho para a saúde e aumentar o desemprego não é uma fórmula para ter a confiança do mercado.
Brad de Long, Neville Chamberlain estava certo