A escolha de Sofia
Cinco anos de recessão, senão mesmo depressão; uma taxa de desemprego que passou de 8% para 20%, que continua a aumentar, e que mantém 50% dos jovens no desemprego; um tecido económico que já era débil e que avança, a passos largos, para o total definhamento; falências em massa; receitas fiscais em queda livre e sem perspectiva de inverter a tendência; ameaça de colapso do Estado e dissolução do sistema político. Em suma: estamos perante o colapso (deliberado) de uma economia, de uma sociedade e de um Estado. Perante isto, não se pode dizer que optar entre o péssimo e o ainda pior seja propriamente uma escolha. Mas foi isto que a Troika propôs aos gregos, e os gregos, 'livremente', escolheram a primeira opção. Para quê, ninguém sabe, mas há quem, Orwelliamente, insista em chamar-lhe solução. Isto não é tragédia nem farsa, é outra coisa. Muito mais sinistra.