Não adoeça, p’la sua saúdinha...
Texto da Sandra Seara Alves
É cada vez mais comum chegar a uma farmácia com uma receita de um medicamento e ouvir da boca de quem está a atender um “está esgotado”. Se quem atende for simpático, não demorará em informar que está esgotado em todas as farmácias. Daqui da santa terrinha? pergunta o cliente já a pensar na viagem à cidade mais próxima. Pois...não. Está esgotado em todo o país. Aqui o cliente acende uma luz vermelha de preocupação mas ainda atira....então e o genérico? Pois...este medicamento não tem. Agora já pisca um halo de luzes vermelhas mas o incrédulo cliente ainda arrisca um...então, e agora? como é que eu faço? Pois...espera até ser reposto o stock. Mas disso depende a minha saúde... pois... não podemos fazer nada. Volte para casa e se puder recorra às mezinhas caseiras. Se não puder, aguente.
Ao contrário do que as notícias dos últimos tempos fazem crer, esta não é uma situação específica de um medicamento. São vários os fármacos indisponíveis começando a visionar-se um remake deste caso que, no ano passado, levou à aplicação de várias contra ordenações.
Temos, portanto, um dejá vue que ninguém parece ver. Enquanto uns assobiam para o lado as responsabilidades de regulação, os outros sacrificam a ética profissional na fogueira da negociata e do lucro. No final quem se lixa é o desgraçado do bivalve que, se quebrar, recorrerá ao SNS que aguenta com tudo. Depois dizem que é incomportável...