Está de parabéns a Parque Escolar
De acordo com o relatório da auditoria da Inspecção Geral de Finanças (IGF) à Parque Escolar (PE), as famosas 'derrapagems de custos' nas obras analisadas situam-se afinal entre 0.6% e 6.7%. Como se pode ler nas páginas 6 e 7 do relatório:
Nas 4 empreitadas (da amostra), foram celebrados contratos adicionais relativamente a trabalhos de suprimento de erros e omissões, trabalhos a mais e trabalhos a menos, que variaram entre 4.4% 4e 8.8%, do valor contratual respectivo, ainda que, por força da supressão de mobiliário, a derrapagem de custos tenha sido significativamente atenuada, passando a variar entre - 0.6% e 6.7%, do respectivo valor contratual'
Ou seja, o que a IGF nos diz é que, expurgados os efeitos que decorrem da evolução da natureza do projecto - que, como refere a própria IGF, teve de acomodar, entre muitas outras coisas, aumento da área alterações no tipo de intervenção - o desvio financeiro é residual. Isto desmente tudo o que tem sido dito sobre o alegado descalabro orçamental do programa de modernização e requalificação das escolas.
Se 0.6%-6.7% de desvio nos custos da intervenção é sinal de incompetência financeira, então temos de condenar todas as empreitadas, públicas e privadas, em Portugal e no mundo, do mesmo pecado, porque dificilmente se encontram exemplos de obras em que os desvios financeiros sejam tão baixos. Acresce a isto que a modernização das escolas também foi um programa de combate à crise, o que implicou uma urgência que poderia ter tido repercussões na gestão financeira. O facto de tal não ter sucedido só reforça o mérito da gestão da PE e de quem, até Junho de 2011, tutelou o projecto.
Em suma: estamos perante uma enorme campanha de desinformação por parte parte do actual governo, que tem de ser denunciada por aquilo que é: uma grosseira e despudorada mentira. Perante isto não devia restar outra coisa ao ministro (ir)responsável Crato que não apresentar a demissão. Já agora, depois de corrido o ministro, reempossava-se a administração demissionária de Sintra Nunes, que tão bom trabalho fez à frente da Parque Escolar. Quem o diz, para quem quiser ler o relatório, é a própria IGF.