no blogue boas intenções, uma conversa muito interessante sobre a greve geral. a seguir -- a conversa e o blogue.
5 comentários
Fernando Lacerda 26.03.2012
Fernanda, apesar do seu post estar endereçado, deixe-lhe lembrar que a greve foi de resistência às politicas do governo/troika, pelo que acho prematuro dizer que não funcionou. Também acho que tem toda a legitimidade para não fazer greve, mesmo por falta de apetite. É uma razão igualmente legítima. Concordo consigo quando diz que no futuro as lutas contra as políticas regressivas do governo devam merecer maior abertura e um processo de discussão amplo. Já agora, acredita que a UGT e o PS, que assinaram os acordos com a troika, estarão disponíveis para esta discussão? Cumprimentos
1) Talvez não. Sou menos convicto em relação ao meus pontos de vista impressionistas do que a maioria das pessoas. O achismo não me comove.
2) Desse ponto de vista talvez também não funcione se for marcada de outra maneira.
3) Diria antes que é legítimo participar numa acção de luta condenada à partida. Foi assim com o 1 de Maio de Chicago, foi assim com Rosa Parks, and so on, and so on, and so on. Também a esses, sobretudo, disseram que recusavam olhar para a realidade com olhos de ver.
4) É ilegítimo, sim, mas e então? Estar contra uma decisão do Benfica também é só estar contra uma decisão do Benfica e estar contra uma decisão do Governo também é só estar contra uma decisão do Governo. E onde é que isso conduz em termos práticos e até teóricos. As decisões são todas iguais? Atendendo ao que cada um diz estarão mesmo todos com os trabalhadores e de igual maneira? Como na letra dos Dzrt: "para mim tanto me faz, que digas coisas boas ou coisas más."
5) Sim. E pensar e repensar as velhas. Pensar, se for pensar, nunca é mau.
6) Pois não. Mas esperar que esta volte a funcionar a médio prazo é acreditar nela de certa forma. Em que medida é legítimo não a alimentar quando existe quem acredite nela? É o tal ciclo vicioso. Não participar não contribuirá para que se torne na tal anedota que se quer evitar?
7) Também pois não. Mas e depois? Eu criticando o Governo tenho mais que quatro ideias sobre o que este podia fazer diferente. Enquanto não surgem as tais alternativas brilhantes e inteligentes devemos evitar fazer seja o que for, em circulares conversas de café? Ou impedir quem acredita noutras medidas de as levar a cabo? Ou acreditar que esses que acreditam nessas medidas são mais estúpidos do que nós e recusam mesmo o exercício da crítica?
Vou apenas dizer-lhe que já alguns anos "ando" aqui pelo jugular e aprecio particularmente as suas posições sempre livres de qualquer receio do que fica bem ou não dizer. A Fernada diz o que pensa, defende as causas em que acredita e por isso admiro-a. Continue, Fernanda continue porque "enquanto houver estrada para andar a malta vai continuar".
Só vi agora, obrigada. Mas não há nenhum mérito meu nessas linhas, são um mero resumo do post original (esse sim excelente) em jeito de favor a um comentador que o estava a tentar desvirtuar para efeitos de discussão.