Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

jugular

Ideologia, diz ele dela. Continua a não me cheirar.

Lá continua o Pedro Picoito nas falsas asserções do que digo.

 

Desta feita começa por me explicar o uso que deu à expressão "lésbicas activas". Mais uma vez, para quem inicia um texto anunciando que o irá fundamentar cientificamente, tem graça este recurso a definições selvagens. Aplicando à expressão "mulheres heterossexuais activas" a lógica picoitiana conclui-se que ela deve ser usada "para distinguir entre as adolescentes que desenvolvem sentimentos heterossexuais, geralmente por influência de um ambiente favorável à heterossexualidade, mas sem os concretizar (e que podem até tornar-se homossexuais quando adultas), e outras adolescentes, com a mesma orientação, que se tornam heterossexuais quando sexualmente activas na vida adulta". É isto, não é? Que discurso digressivo e redondo para justificar o injustificável. Importante, contudo, é a constatação de que o Pedro, ao falar de ambientes favoráveis à homossexualidade, assume a existência de ambientes desfavoráveis - é contra eles uma das minhas guerras.

 

Por mais que o Pedro Picoito insista a minha discussão com o ele não assenta em dar "jeito" ou em "aceitação" - não sei se se revê nisso mas pelo meu lado é assim - e a guerra que travo é pela decência e pelas crianças. E lá está o Pedro Picoito todo baralhado outro vez, a homossexualidade - como a bissexualidade e a heterossexualidade - não é uma identidade, é uma orientação sexual. Mas do que eu gostei mesmo, mesmo foram os "papéis activo e passivo da relação heterossexual". Assim uma coisa tipo "bêêêje, vou pintar o tecto de bêêêje"? Há mais mundo para além do fazer de morta(o). Fiquei para aqui a pensar quem considerará o Pedro Picoito o passivo e o activo na prática simultânea de sexo oral por um casal - o vulgar 69, portanto. Não tarda ainda sou informada que o sexo anal é apanágio dos homossexuais masculinos. A fazer fé na norma heterossexual que o Pedro Picoito nos revela ter na cabeça muita coisa fica explicada. Espero francamente, por ele, que escreva estas coisas só por receio que os vizinhos o leiam e que a sua realidade prática seja diferente. Isso ou sofre do "síndrome do electricista"- formatação mental que leva a ver tudo sob a forma de fichas e tomadas*.

 

Muito gostava eu de saber o que é um "lapsus linguae freudiano". Enfim, adiante. Esta questão da capacidade parental discutida em paralelo com a adopção é, e deve ser, bastante clara. Aplicam-se aqui as mesmas normas e usam-se os mesmos instrumentos psicométricos e de avaliação da personalidade e do funcionamento que os usados na regulação do poder parental em sede de divórcio. Independentemente de como cada um desenvolve a sua capacidade parental, do que para ela contribui e onde vai beber, ela exerce-se na relação do progenitor com a criança e é isso que está a ser avaliado nos processos de adopção. Tantas vezes, felizmente, uma péssimas relação de casal não exclui uma excelente qualidade da relação parental individual. Recordo, também, que a avaliação da qualidade da relação parental se faz nos casos de adopção singular.

 

Para terminar dizer só que a minha crítica não é o Pedro tirar conclusões com base na literatura que consulta mas antes que as fontes consultadas e referidas não permitam essas conclusões. O que levará o Pedro Picoito a questionar a identidade "clara e estável" de um pai ou de uma mãe homossexuais? Com que sustentação diz que os casais homossexuais que se propõem adoptar não têm "identidades claras" e que são "mais instáveis"? Deixando de lado qualquer comentário aos autores em questão, como é que um trabalho que "se situa num plano diferente" daquele que se está a analisar permite concluir sobre esse plano? Para que serve fazer-lhe apelo? É o que eu digo, num determinado livro está escrito que todas as rosas são flores logo, pela lógica, eu posso tomar como óbvia a conclusão de que se a minha mãe é Rosa, a minha mãe é flor.

 

PS1: Deixo um link que permitirá ao Pedro Picoito aceder a um texto que é uma declaração de amor.

 

PS2:* tubrigada, Paulo.

1 comentário

Comentar:

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Arquivo

Isabel Moreira

Ana Vidigal
Irene Pimentel
Miguel Vale de Almeida

Rogério da Costa Pereira

Rui Herbon


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • f.

    olá. pode usar o endereço fernandacanciodn@gmail.c...

  • Anónimo

    Cara Fernanda Câncio, boa tarde.Poderia ter a gent...

  • Fazem me rir

    So em Portugal para condenarem um artista por uma ...

  • Anónimo

    Gostava que parasses de ter opinião pública porque...

  • Anónimo

    Inadmissível a mensagem do vídeo. Retrocedeu na hi...

Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2013
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2012
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2011
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2010
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2009
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2008
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2007
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D

Links

blogs

media