A propósito de Valerie Trierweiler
Não podemos ter os dois mundos. Se me merece todo o respeito a decisão de querer continuar a trabalhar e agir de forma independente, o caso muda de figura quando sei que Valerie Trierweiler não recusou o gabinete de "primeira-dama". Não é por ser constituido por uma equipa pequena (um diretor, uma secretária e uma "chargée de mission") que deixa de ser uma ligação institucional à presidência. Ora se se aceitam ligações institucionais há um grau de independência que forçosamente se perde, são escolhas que se fazem.
É por aqui, pelo lado institucional, que me parece evidente que o tuite da discórdia pode ser atacado. E só.
Ah! E que figurinha triste a de S.Royal ao vir a terreiro invocar a sua condição de mãe de família para se defender. Tinha-se ficado pelo " je demande à être respectée tout comme doit être respecté le soutien politique que m'apporte le président de la République en tant qu'unique candidate de la majorité présidentielle" que não borrava a pintura.
P.S. - O que me lixa muito na história de Valerie Trierwwiler é que perdeu uma oportunidade única de rebentar com a idiota figura da "primeira-dama". Não há qualquer justificação para que as mulheres (ou maridos) de um presidente tenham qualquer papel institucionalmente reconhecido. Não faz sentido que tenham equipas a trabalhar para si ou, como em Portugal, que tenham presença nos sites oficiais da presidência.