adenda: fui agora mesmo alertado para o facto de esta noticia ter mais de um ano. Imperdoável, logo eu, o apanhado por datas, não ter reparado nesta. A senhora já mudou certamente de opinião. Relembrar uma coisa com um ano é mau. Dez milhões serem obrigados a reviver outra, com mais de 39 anos, é bem pior.
De uma coisa não pode ser acusada, de falta de consistência ao longo dos tempos. Em 29 de Dezembro de 2007 lia-se sobre ela no Expresso ««No seu dicionário, caridade vale mais que solidariedade. "Caridade é amor, solidariedade é serviço.".» (de Janeiro de 2008)». E há poucos dias (dia 14 na tsf) isto http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2771227
ela esteve muito recentemente na grécia e "não gostaria de ver em portugal aquilo que vi na grécia". se se refere à caridade da extrema direita aurora dourada que dava de comer à população, tem até muito mais do que "consistência". "brincar à caridadezinha" é lyric de meninos para esta existência. ela articula-se muito. não cabe em cantiguinhas fungagás. o meu mais profundo desprezo para isto de gente.é apenas uma.
Esta esquerda coração de mel! Mel duvidoso, que tem o fel da soberba e da ingratidão. Pretendem ficcionar que a miséria é mais suportável ao miserável se este sentir a raiva de quem se sente maltratado pela sociedade e a soberba de quem reclama direitos. Agravam-lhe a miséria para sossego das suas próprias consciências! E se alguém tira do que é seu para um banco alimentar, cumpre que dever? Satisfaz que direito?
Nem sei se deva agradecer imenso à serenidade e ao bom senso da "máquina especultiva" na forma como se opõe aos discursos isabeis jonês. Nem sei. Agradecendo é só por haver ainda mais espaço para a falta de serenidade, a repulsa e a revolta contra o mesmo e já agora a irritação contra a "máquina".
Ensina-nos a máquina especultiva, numa linguagem pedagógica e condescendente (que é para não pensarem que os Contra caridade são alguns avarentos):
"Não sou contra as pessoas que, livremente e para lá de quaisquer direitos ou deveres legais, dão coisas e/ou tempo e/ou dedicação a outras pessoas, gratuitamente."
Ai não? e que necessidade foi essa de marcar posição num óbvio? Os outros são contra isso? É urgente o esclarecimento? A divulgação? bullshit.
A "máquina especulativa" distingue "caridade" de "caridadezinha" pq há "alívios momentâneos" etc. etc. etc.blá blá blá.
pois eu costumo sentir estes discursos sensatos sobre caridade bem mais perigosos que os de isabel jonet...ao qual a máquina convenientemente se opõe.
dêem-me mil isabeis jonets que eu saberei o que fazer...mas o sensozinho compreensivo-educativo desse texto...mais vale matarem-me de vez e colocarem-me de epitáfio: "aqui jaz uma boa avarenta".
É ponto de honra, uma satisfação que devo a grande parte da minha vida: NÃO à caridade, sem abrir exceções ou novos significados "mais ou menos e assim já pode".
Agora pegunto, o que tem isso a ver com "pessoas que livremente dão coisas e tempo"? vá bugiar a máquina. sendo assim, fico com a jonet.
Quando um dia, por azar, tiveres fome, perceberás que o paleio radical é, muitas vezes, só conversa da treta. Ou uma nuvem no bolso, se quiseres.
Quando tiveres conhecido alguém com fome, assim conhecer mesmo, sem ser só dos livros, vai lá ao meu blogue para falarmos, sim? Prometo, nessa altura, não te pagar nesse mesmo paleio de conveniência. Ideólogos cegos são ideólogos cegos, seja qual for a sua cor, topas?
Quando um dia pessoas como o senhor deixarem de partir do preconceito de que quem disse Não à caridade é porque não passou fome, talvez perceba melhor o que chama indevidamente de "radical".
Quando um dia o senhor Porfírio conhecer mesmo alguém com fome multiplado por milhões, talvez pense duas vezes antes de me responder tão caritativamente. Pode permanecer caridoso,o problema é seu e de outros.
E mais, se um dia por azar eu voltar a passar fome e o Porfírio com um arzinho caritativo me oferecer uma sopinha, olharei para si e direi: "antes o poço da morte que tal sorte". Como é que sei? Sei.
E mais, gosto sempre que me tratem por Tu por uma razão de Educação e por gostar mesmo. O Porfírio não volta a tratar-me por tu. E espero que nunca passe fome na vida, espero que não encontre Povos inteiros com fome. Apesar de tudo sempre é mais fácil aturar-lhe o paleio ideológico e de quem não percebeu nada de nada da feliz e tão dura vida. Passe bem, o senhor. Reitero: NÃO Nunca e Jamais a nenhuma forma de caridade.