intolerável
resumindo: primeiro, o governo, alegando fazê-lo por causa e por culpa do tribunal constitucional, anunciou devolver um subsídio aos funcionários públicos mantendo o corte de dois aos pensionistas e retirou o mesmo subsídio (ou mais) através de um aumento da tsu de 7% que no sector público permitiria ao estado poupar na despesa e no sector privado passava 7% do salário dos trabalhadores para os patrões.
perante a reacção indignada do país inteiro, vem agora anunciar que devolve um subsídio a funcionários públicos e a pensionistas, retirando-o através do irs, enquanto retira o mesmo aos trabalhadores do sector privado. não esclarece de quanto é o corte real do rendimento com as mexidas no irs, já que anuncia uma sobretaxa e ao mesmo tempo mexidas nos escalões.
ou seja: os cortes nos salários dos funcionários públicos e pensionistas subsistem (quer nos dois subsídios cortados quer no corte de salários que transita do orçamento de 2011), e a esses somam-se cortes brutais nos rendimentos dos trabalhadores do privado.
como é óbvio, estas medidas não são alternativa a nada, porque mantêm tudo o que fora feito em 2012 e somam-lhe milhares de milhões em subidas de impostos -- sem estabelecer qualquer horizonte temporal para elas.
e espantoso que ao fim de uma conferência de imprensa de mais uma hora não tenha havido esclarecimento -- nem dado nem sequer pedido -- sobre o valor total destas medidas, a forma como se adequam aos ditâmes constitucionais e ao acórdão do tc e o motivo pelo qual aos 2 mil milhões de euros que valem os cortes dos subsídios dos pensionistas e funcionários públicos se acrescentam mais uns mil milhões largos.
e não há esclarecimento porque não há como explicar isto a não ser com o inadmissível: a desonestidade e ilegalidade renitente das acções deste governo e o seu total falhanço em todas as metas que ele próprio se impôs.