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jugular

se uma imagem vale por mil palavras, uma reportagem vale por mil estatísticas

E uma vivência pessoal vale por mil reportagens, decerto. Imagine-se, então, o que valem muitas dezenas de milhar de experiências angustiantes, todas individuais, todas pessoais, todas dramáticas, de gente que se vê, subitamente, impossibilitada de cumprir os seus compromissos, de pagar as suas dívidas, de manter as suas casas, o seu quotidiano, de realizar as suas expectativas. O Linha da Frente que passou ontem ("famílias a descoberto") depois do noticiário da noite da RTP-1 dá uma pálida imagem disso. Gente subitamente desesperada, que vê o seu mundo ruir, a sua vida encurralada num beco, sem luz de esperança. Os tais que viveram "acima das suas possibilidades", porque compraram casa ou, em muitos casos, foram iludidos pelo apelo ao consumo que todos, bancos, políticos e empresas de publicidade agressiva, promoveram e incentivaram durante tanto tempo. Vi e fiquei vacinado contra os discursos daqueles que falam de "contenção" e de "ajustamento", que hipocritamente complementam com referências às "dificuldades", aos "sacrifícios" ou aos "tempos difíceis" e que, finalmente, têm o descaramento de estar sempre a mencionar alegada "proteção aos mais desfavorecidos", sem imaginarem o que seja viver isso na pele. Porque se tivessem a mínima ideia do que é entregar ao banco uma casa que custou anos de trabalho ou viver com 80 € mensais depois de deduzidos os encargos e, pior, olhar para o horizonte com as mais negras expectativas, não profeririam uma palavra, por vergonha e por respeito a quem apenas resta a dignidade.

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