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Gente talentosa

1. Os explicadores profissionais das tolices que o governo faz já esclareceram que a opção de aumentar a taxação directa em lugar da indirecta no proximo ano pretende evitar a quebra das receitas agora verificada, dado que as pessoas podem contrair o consumo mas não reduzem o seu rendimento. Assim sendo, a execução orçamental estará mais controlada para o ano e o objectivo de redução do défice será confortavelmente cumprido.
Custa-me a crer que alguém acredite nesta fábula. O cataclismo em preparação estrangulará o mercado interno, arruinará muitas empresas e multiplicará o desemprego. Muitas pessoas ficarão sem meios de subsistência, logo deixarão de pagar impostos sobre o rendimento.
O resultado será, pois, similar àquele que experimentámos em 2012: miséria crescente para nada, pois que, no final, quer o défice quer o endividamento acabarão por aumentar.
2. Alguém (quem seria?) teve a ideia de pôr uma pessoa respeitável a falar em nome do CDS, fazendo-nos esquecer por momentos que o partido é composto em 95% por uma absurda garotada que por aí se agita agarrada às fraldas do Dr. Portas.
A novidade substancial da entrevista de Pires de Lima foi o recurso a alguns sound-bytes congeminados pela central de contra-informação do partido e que, na boca de uma pessoa séria, caem muito mal. A ideia por ele transmitida foi, em suma, que vivemos em "troikadura" e que, contra isso, batatas. Por caridade lembrarei apenas que esse regime vigora vai já para ano e meio e que, de início, foi saudado como uma libertação pelos parceiros de coligação.
A lealdade ao líder e ao partido é louvável, mas deveria ter por limite o respeito pelo país e por si próprio.
3. Outra personalidade muito comovida pelos sucessos mais recentes da governação é o Dr. Bagão Félix, que, a esse respeito, inventou também algumas frases bombáticas, modalidade em que o seu partido só tem concorrente no Dr. Louçã.
Sucede que, para além da exaltação, Félix tem ideias (que, infelizmente, não teve tempo para aplicar naquela época não muito distante em que conviveu de perto com o deve e o haver da máquina do estado). Abre-se ansiosamente o melão - e o que de lá sai? Ora, nada mais que uma proposta genérica de liquidação de vagos institutos e de extinção de fantasmáticos gabinetes governamentais.
Isto é conversa que estamos podres de escutar no táxi e no Fórum da TSF, mas um ex-Ministro das Finanças não pode esperar debitar tais calinadas e safar-se impunemente sem se comprometer com números concretos que permitam avaliar a sensatez das suas recomendações para remendar o défice público. Tenha juízo, Dr. Félix.

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