Entregues à fé
Semana após semana torna-se mais claro que o programa de ajuda internacional a que Portugal foi sujeito, e respectiva implementação por este governo, é um desastre. Sucessivas derrapagens orçamentais, escolhas políticas que se revelaram desastrosas em termos de impacto económico, uma trajectória da dívida pública cada vez mais insustentável.
Todos estes factos são recebidos pelo governo como se de meros pormenores se tratassem. Nada, muito menos a realidade, parece ser capaz de abalar a convicção de quem está convencido que é essencial arrasar tanto a economia portuguesa, como o modelo social que permitiu aos portugueses fazer um impressionante caminho de saída da miséria desde 1974. Os amanhãs que cantam não são, nunca foram, um exclusivo da extrema-esquerda, mas sim dos que não fazem perguntas. Os que crêem ter todas as respostas.
2012 e estamos entregues à fé. É isto, não é?

