Um sorrisozinho irónico...
...aflorou ontem no meu rosto ao ver, na SIC-Notícias, o embaraço de Pezarat Correia perante a insistência de Mário Crespo em pedir um comentário às eleições em Angola e ao facto de o governo angolano ter proibido a entrada de jornalistas da SIC (e, de um modo geral, de todos os órgãos do grupo Impresa) para a cobertura das eleições, como represália pelo episódio do convite a Bob Geldof, que classificou a elite dirigente angolana como "um bando de criminosos". O jornalista, em tom de saborosa bonomia, relembrou que havia muita gente em Angola a assistir, naquele momento. De seguida, e para ver se conseguia desemburrar o gaguejante general, sacou (um "acto de guerrilha", como ele próprio o classificou) do seu passaporte e mostrou para as câmaras o visto que lhe foi concedido em 1986 para uma entrevista ao já então Presidente José Eduardo dos Santos e que, à última hora, foi anulado. Uma no cravo e outra na ferradura, dizendo que não concorda com essas proibições mas que as declarações do músico foram excessivas, o velho general na reforma engoliu em seco quando o interlocutor o confrontou com o facto de a imprensa portuguesa metralhar incessantemente o presidente Bush mas ser impensável que qualquer jornalista seja impedido de lá entrar em Novembro, e acabou por se sair com um "mas acha que Angola é os Estados Unidos, ou Portugal?". De facto, quando não se tem (ou não se quer proferir) respostas, fazem-se perguntas.