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Um Governo sustentado na incitação ao ódio e crente apenas na pobreza

Enquanto escrevo este post Gaspar está no Parlamento a anunciar que, afinal, a recessão, em 2013 vai ser o dobro do previsto (e reparem que só estamos em Fevereiro). Sobre o desemprego, nem uma palavra.

 

Quase a chegarmos a dois anos de Governo Passos/Gaspar é hoje clara a ironia: a política de destruição tenta comprar o seu tempo e complacência popular com o agitar da memória de Sócrates.

 

Razão tem o Correio da Manhã em manter viva a chama do ódio: mesmo tendo quebrado todas as promessas, feitas antes e depois das eleições; mesmo falhando todas as previsões; mesmo cometendo as maiores trapalhadas políticas e erros legislativos, o Governo mantém-se, como tem vindo a ficar claro e ficou cristalino no último debate quinzenal no Parlamento, por uma só razão: Passos, Gaspar, Portas, o PSD, o CDS conseguiram inculcar em suficientes portugueses a crença de que, por pior que seja este Governo, pobrezinho, só está a lidar com a hecatombe de proporções bíblicas provocada pelo Anti-Cristo em pessoa. Assim conseque este Governo um cheque em branco para governar.

 

Mas esta é uma historinha que tem o tempo contra si: quanto mais mandato cumprido em falhanço total, mais difícil se torna aceitar que o Governo nada consegue fazer para mudar o rumo das coisas, ou, pelo menos, melhorá-las um pouco.

 

 

A frase de Passos, há quase uma semana, não podia ser mais elucidativa, e antecipava as de Gaspar: “Estou a recuperar” Portugal da “tragédia” que aconteceu nos últimos 10 anos". É uma desculpa viral, que não requer qualquer prova empírica e que é, aliás, negada, continuamente, pelo próprio Governo, ao culpar os seus desaires na falta de crescimento na Europa (sempre convenientemente esquecendo que a Europa, no início da crise chegou a defender o investimento público como forma de a estancar). A esta desculpa junta-se a ideologia simples de que assim que Portugal se tornar pobre (e sabe-se lá como os problemas sociais daí resultantes se resolverão...) estaremos no bom caminho. 

 

A realidade teima em não ajudar o Governo: a crise agudiza-se, não há maneira da Europa vir fazer por Passos aquilo que também não fez por Sócrates - unir-se contra a crise - e por isso a única coisa que este Governo alguma vez conseguirá de positivo é demonstrar que é capaz de fazer num mandato aquilo que está no centro da sua ideologia: tornar Portugal num país pobre. 

 

Ideias para crescermos? Nem uma.

 

 

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