O portal não é vosso, meus senhores, só vos está emprestado
(podem ver a imagem em tamanho decente aqui)
Podia fazer piadinhas, indo buscar ao passado histórias de fotografias de onde foram apagadas companhias indesejáveis, mas não o vou fazer porque estou cada vez mais convencida que a miséria em que se transformou a saga do portal do governo é, tão somente, fruto da profunda ignorância de gente que só consegue ver o chamado curto prazo, gente de vistas curtas, em suma. Para muitos poderá parecer um pormenor irrelevante e pouco grave porque não terá, supostamente, impacto na vida quotidiana dos portugueses, mas isso é esquecer que aquilo que faz a saúde de uma democracia é, também, o acesso à informação(mais, só com boa informação é possível fazer boas políticas).
Ora desde pelo menos janeiro de 2012 (vejam a caixa na imagem) quem quer que, por motivos variados, procure informação no portal do governo vê-se confrontado com inúmeros problemas, desde logo o desaparecimento de quase todo o arquivo histórico e a falta de lógica (e conteúdo) na organização do site. Isto para não falar já de algumas boas práticas passadas que foram esquecidas. Ainda ontem, no twitter, a Mariana perguntava «O Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério da Segurança Social deixou de ter as avaliações dos seus projectos online? Deve ser isto a "reforma do estado"», e depois acrescentava, «Gostava de poder conversar com o génio que acabou com os sites dos ministérios e reduziu a info disponível aos "comunicados de imprensa"». Comunicados de imprensa e, acrescento eu, uma feira de vaidades composta por inúmeras galerias de fotos ministriais. Que palhaçada!