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Não conheço o trabalho de Abigail Norfleet James de lado nenhum, mas alguém que num primeiro momento diz "O problema da neurociência é que observa os indivíduos" para logo a seguir justificar as suas posições com "Sabemos que no cérebro, o hipocampo (o órgão que torna as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo) se desenvolve mais cedo nas raparigas" não me merece grande credibilidade.

6 comentários

xico 21.04.2013

Não vou discutir neurociência nem outra qualquer. Só digo que tenho dois filhos: Um rapaz e uma rapariga.
Os tempos de maturidade não foram iguais.
Dei aulas por muito pouco tempo. Na turma todos da mesma idade. As meninas umas mulherzinhas, os meninos ranhosos e quase de fraldas.
Luís Lavoura 22.04.2013

Isso que diz é verdade. Mas em que é que isso implica que as meninas devam ter aulas separadas dos rapazes? Será que as meninas têm mais ou menos inteligência e capacidade de aprendizagem que os rapazes? Detetou algo disso quando deu aulas?
xico 23.04.2013

Luís Lavoura,
A minha resposta é o seu próprio comentário mais abaixo. E não estou a falar de aulas diferenciadas. Se as meninas se desenvolvem mais cedo que os rapazes porque hão-de estar juntos com as mesmas idades a aprender as mesmas coisas ao mesmo tempo e do mesmo modo, e a competir nas médias para entrar na universidade? É caso para se pensar no assunto e deixarmo-nos de tabus. Pode-se discutir o assunto e reflectir. Podemos até chegar à conclusão que o melhor é ficar tudo na mesma. Agora recusar discutir porque isso pode pôr em causa a igualdade porque tanto se lutou parece-me disparate. Estamos a falar também de emoções, não só de inteligências ou capacidade cognitivas.
E nem estou a falar em escolas diferentes. Não confudo discutir estes temas com as opções da Opus Dei.
Luís Lavoura 23.04.2013

xico,
eu não me recuso a discutir nada, aliás não tenho qualquer posição sobre este assunto. Só faço notar que há certos argumentos que são falaciosos.
Por exemplo, este de certas regiões do cérebro se desenvolverem mais rapidamente. Muito bem, aceito que isso seja verdade, mas questiono, será que isso afeta a capacidade de aprendizagem?
Eu tenho filhos na escola e não noto que eles sejam menos nem mais inteligentes que as raparigas das suas turmas. Não creio que os rapazes sejam mais ou menos precoces na sua capacidade de aprendizagem que as raparigas. Você já algma vez viu algum teoria de que uma rapariga possa começar a aprender a ler e escrever aos 5 anos de idade, mas um rapaz apenas aos 7? Ou seja, o desenvolvimento mais rápido de algumas regiões do cérebro das raparigas não significa que elas adquiram grande vantagem na escolaridade com isso.
Quanto à competição nas notas: ou bem que é uma questão de as mulheres serem mesmo melhores, ou bem que, se se tratar apenas de uma questão de idade, os homens poderão sempre acabar por também entrar na universidade - possivelmente não entram num ano mas entram no seguinte.

Niamey 21.04.2013

estive a ler a entrevista e entrevistada. a única diferenciação "pedagógica" de Géneros que conheço bem é a das secções de brinquedos do toys R us em que os Legos estão no corredor "rapazes". de resto, não conheço ninguém nem nada de ladissimo nenhum e raramente alguma coisa me soou tão horrivelmente mal. e se alguma vez me vierem provar por A+B que Abigail está Certa, abraçarei o Erro com todo o rigor científico que souber encenar.
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Luís Lavoura 22.04.2013

Toda a gente sabe que as raparigas, desde muito pequenas, se desenvolvem mais cedo do que os rapazes. Começam a falar mais cedo, adquirem mais vocabulário mais cedo, tornam-se maturas mais cedo, atingem a altura adulta mais cedo, etc etc etc. Olha que grande novidade que a Abigail foi descobrir!!! Dizer que o hipocampo das raparigas se desenvolve mais cedo é como dizer que as miúdas de 14 anos já têm a sua altura final, coisa que os rapazes só atingem aos 18 anos.
Portanto, a Abigail descobriu uma trivialidade. O que é pior, essa trivialidade de forma nenhuma justifica que as raparigas tenham aulas diferenciadas das dos rapazes.
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