Da vergonha
Estão neste momento a iniciar-se as Conferências do Estoril. Entre os oradores deste ano conta-se o primeiro ministro húngaro, Viktor Órban, que está indissociavelmente ligado às alterações constitucionais que, digo eu, até deviam levar a que aquele país pudesse ser expulso da UE. Na ausência desta possibilidade ao menos que não se legitime esta criatura, convidando-o a participar a eventos patrocinados pela presidência e governos portugueses.
Fingir que este senhor é um PM europeu como os outros é praticamente igual a dizer que o Aurora Dourada é um partido igual aos outros na Grécia. Não são, nem um nem outro e, por isso mesmo, foi vergonha a palavra de que me lembrei quando, há uns tempos, vi o programa das ditas conferências. Tive, contudo, a secreta esperança que alguém da organização tivesse... vergonha na cara e retirasse o convite. Tal não aconteceu e agora cá vamos ter o senhor, e recebido com honras tenho a certeza.
Para se perceber bem do que estou a falar alguns textos de apoio:
. Reportagem de Paulo Pena na Visão em Outubro do ano passado, "Viagem ao fim da democracia".
. Relatório do Rui Tavares sobre a situação dos Direitos Fundamentais na Hungria (não é o único relatório do Rui sobre estas questões, encontram outros aqui).
. O blog Hungarian Spectrum