visto com desinteresse e displicência?
Quem quer que seja que neste momento "coordena" politicamente este governo e esta maioria enviou ontem aos jornalistas um conjunto de documentos, na tentativa de mostrar que os assessores económicos de José Sócrates não teriam rejeitado liminarmente a proposta que lhes havia sido apresentada pelo citygroup e - pasme-se! - a tinham enviado para o Ministério das Finanças para que fosse estudada tecnicamente e em detalhe.
Deixemos de lado o facto de agora reclamarem que alguém que escolheram para Secretário de Estado do Tesouro devia ter sido denunciado à polícia, ou mesmo o facto de com esta "jogada" divulgarem um parecer do IGCP que considera as propostas apresentadas por JPJ, que há dias o PSD tinha considerado normais, como sendo lesivas para o interesse público.
Este caso é revelador de uma certa ideia sobre o funcionamento de um gabinete governativo. E, portanto, a pergunta é esta: se receber uma proposta e pedir que os organismos competentes se pronunciem sobre ela - e depois agir em conformidade com a recomendação- é errado, então qual o procedimento recomendado pelo PSD? Como sugere Marco António que se faça e, acima de tudo, como funciona agora o governo, se não envia as propostas que recebe para os organismos da administração pública para que estes se pronunciem?
Talvez despachem "visto com desinteresse e displicência". Pensando bem, é o mais provável.