O nuclear é seguro sobretudo para as baratas
A subsidiação global às energias renováveis continua a representar apenas uma fracção dos apoios estatais concedidos ao longo de várias décadas ao nuclear, gás, petróleo e carvão. Os subsídios às renováveis não são como pretendem os lobistas do nuclear e do oil & gas apenas mais uma distorção da concorrência, mas sim uma forma de induzir um level-playing-field mais justo entre as várias formas de energia e uma tentativa, ainda tímida, de corrigir um passado e um presente de graves distorções no pricing dos recursos fósseis e na ausência de preço dos bens ambientais.
"continued government involvement on behalf of renewables may create more, not less, competition and could help to create something more closely resembling a free and fair market."
Com apenas uma fracção dos apoios que as energias convencionais e o nuclear recebem e receberam, e num espaço de tempo muito reduzido, as energias eólica e solar conseguiram obter uma extraordinária progressão tecnológica que permitiu uma forte redução dos seus custos, aproximando-as rápida e inevitavelmente dos preços de mercado.
Em sentido contrário segue o nuclear, com a queda do mito do nuclear barato (o nuclear barato nunca será seguro e mesmo caro acarretará sempre riscos significativos de eventos catastróficos) patente nas declarações do patrão das eléctricas espanholas e na perspectiva de retrofitings caríssimos nas instalações nucleares mais antigas, como em França e nos EUA. E depois com o drama de Fukushima sem fim à vista, onde se vão gastar mais 473 milhões de USD apenas para conter as fugas de água radioactiva, dificultando a tarefa dos lobistas do nuclear na defesa do indefensável.