Não há fados do lar
Não há como uma opinião avisada para colocar as coisas no sítio. Cada macaco no seu galho. Os homens, agora, "cozinham e lavam a loiça" e alguns até "brincam com as filhas, levam-nas às cavalitas, mimam-nas" mas o mundo continua felizmente a rodar no sentido que Deus quis. E não ao contrário. Mãe é sempre mãe. Pai é coiso, tipo coiso, mas calma lá. "A grande clivagem tem a ver com o respeitinho. Não é o respeito, é o respeitinho". Os filhos amam as mães mas respeitinham os pais, "por mais liberais, bloquistas ou anarquistas que sejam, são absolutamente segregadores em relação aos pais". Ora, alguém duvida? Poderia alguma vez ser de outro modo? "As filhas não levam os pais a sério. Elas não lhes reconhecem competência para as educar. Gostam deles, respeitam-nos mas, tal como as mães, não confiam totalmente no seu discernimento no que diz respeito às crianças". A minha avó, que faria 100 anos daqui a pouco tempo, se fosse viva, concordaria com a Inês Teotónio Pereira, deputada da nação que escreve estas coisas no i. Eu, que ainda terei que comer muito feijão para chegar aos calcanhares de semelhante clarividência educacional, limito-me a acalmar os arrepios que me passaram na espinha ao ler o esclarecedor artigo de opinião: subitamente, fez-se-me luz sobre as premissas da política educativa dos últimos três anos.

