Novas (velhas) da desigualdade
Impressionante o enquistamento da desigualdade dos papéis masculino e feminino revelado pelo inquérito demográfico que anda hoje nas bocas do mundo. E desigualdade personificada por homens e mulheres, como se comprova pelos valores referidos na notícia supra.
Podem dizer-me que é pragmatismo - as mulheres continuam a ser as grandes "cuidadoras" por isso é "normal" que queiram mais tempo em casa - mas eu acho este "pragmatismo" inquietante. Citando Maria João Valente Rosa, "ainda há um longo caminho a percorrer na igualdade de género".
Ah! E não é uma característica portuguesa, ou dos "países do sul da europa" (que tendem a ser apresentados como "culturalmente mais machistas"), farto-me de falar da Alemanha e da impressão que me faz a forma desigual como é entendida a maternidade e a paternidade, cujo reflexo mais óbvio é a enorme percentagem de trabalho feminino a tempo parcial.