Não é bem a mesma coisa, ó senhores do DN
Hoje no DN refere-se que a vulnerabilidade da população portuguesa ao frio é uma das maiores da europa. Nada de novo, o próprio DN já publicara, em março de 2012, um artigo sobre o mesmo tema, baseando-se num estudo de John D. Healy, da Universidade de Dublim, em que era afirmado que os países com os climas mais temperados da europa eram os mais susceptíveis a mortes sazonais provocadas pelo frio. Lembro-me bem de, em conversa jugulenta, discutirmos bastante o tema, falámos da desvalorização do conforto térmico em Portugal, das casas mal preparadas para os rigores do inverno, etc.. Adiante...
O que me traz hoje aqui é o pequenino ataque de urticária que tive ao abrir o jornal e dar de caras com o título (que mostro de seguida)
Morrer de frio é, para todos os efeitos, morrer por hipotermia e, vai-me desculpar o autor de tão idiota título, mas não é isso que está em causa. Como aliás se percebe logo que se começa a ler o texto (excerto inicial infra), as tais 86.000 mortes são o total das mortes "a mais" nos meses de inverno, a maior delas será consequência de problemas respiratórios e do agravamento de doenças cardíacas, não de hipotermia, certo?
A única justificação para tal título seria uma vontade de ser .. hum, figurativo? Só que, presumo, uma das boas práticas do jornalismo é a de se ter cuidado no uso de grandes floreados ou figuras de estilo quando se está a escrever uma notícia (notícia, reforço).




