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O FMI tem 2.400 funcionários. O Banco de Portugal tem 1.700, dos quais, a acreditar nos jornais, menos de uma centena ocupados em actividades de regulação.
Que fazem os outros 1.600 desde que o país aderiu ao euro?
A competição internacional leva regularmente ao encerramento de fábricas e ao despedimento dos trabalhadores. É a concorrência a funcionar, algo que traz vantagens para todos mas dificuldades para alguns.
Quando chegamos ao banco central, porém, onde as vantagens do livre câmbio são geralmente aceites e recomendadas, não se aplica o mesmo princípio.
As antigas funções foram em grande parte transferidas para o Banco Central Europeu, mas os postos de trabalho redundantes não foram eliminados. Pior ainda, a regulação e supervisão - hoje a principal e quase única justitificação do Banco Central - está claramente understaffed.
A propósito: já eliminaram aquele regulamento, há dois anos tão discutido, que concede a reforma por inteiro a um administrador ao fim de alguns meses de trabalho? Estou capaz de apostar que continua tudo na mesma.
 

5 comentários

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    GL 14.11.2008

    "mas essa dos postos redundantes tem que se lhe diga: redundantes com os alemães? O é melhor despedir tudo que é redundante em qualquer sítio?"

    Claro. O nome já diz, redundante.
    Essa dúvida fiquei eu sem perceber.
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    Miguel Marujo 14.11.2008

    Eu questiono o próprio termo: redundantes com quem, em relação a quem? Aos alemães que trabalham no BCE em Frankfurt? E questiono hoje falar-se de pessoas redundantes, sem cuidar das pessoas: vamos despedi-los todos, GL? O melhor mesmo é fecharmos tudo: redundantes por redundantes, seremos todos algures. Por isso, espezinhamos as pessoas. Se o GL um dia for considerado redundante numa empresa, na sua empresa, acho que vai perceber muito bem as dúvidas.
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    GL 14.11.2008

    Caro Miguel Marujo,

    Cabe a cada um de nós não sermos redundantes. Depende de nós. Eu falo como contribuinte. Por que é que eu tenho de pagar um redundante? Se a Casa da Moeda não imprime mais moeda, por que absurdo, porque condição estou eu ou você fadados a pagar o salário de uma data de indivíduos que não têm o que fazer? Não é falta se solidariedade, não me importo de pagar impostos nem que estes aumentem. Conquanto sejam utilizados em prol de toda a comunidade. Agora pergunto: porque é que eu, que não tenho nenhuma (zero) benesse do estado tenho de pagar impostos para sustentar uma data de "betinhos da linha", ou "companheiros do partido", seja lá qual das pragas for e de "gajos porreiros" no Banco de Portugal?
    Afinal isto está na Europa e no Euro para quê?

    Eu pago de bom grado (e com prazer e espóirito cívico) para que o Estado possa oferecer uma melhor saúde, educação, etc, não é mesquinharia. Mas confesso que sou mesquinho com a horda de redundantes que aí andam, ah, sou.
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    Miguel Marujo 14.11.2008

    Um dia GL acordou e a empresa onde dá o litro achou que era redundante. Foi para o desemprego, mas não se preocupou: se a minha empresa achou que eu era redundante, ainda bem. Começou a bater à porta de muitas empresas, e todas lhe diziam: amigo, és redundante, não temos trabalho para ti. Acabou-se o subsídio ao fim de 18 meses (tinha descontado o suficiente para isso, apesar de tudo), mas manteve-se estoicamente à procura de uma empresa que não afunilasse os seus postos de trabalho (a contenção de custos é isto). De manhã, GL acordou. Tinha tido um pesadelo, mas não se preocupou, e sentou-se ao computador e escreveu um comentário inspirado no Jugular: acabe-se com os redundantes. Hordas de desempregados: são betinhos, companheiros ou o que for, sentadinhos no Banco de Portugal sem fazer nenhum. (Será assim? Quantos serão dispensáveis?)

    Depois, sentenciou: "não tenho nenhuma (zero) benesse do estado". E nem pensou nas estradas que usa, nos transportes, nos hospitais que o socorrem, nas escolas que educam, nos museus que formam, nas polícias que patrulham, nos bombeiros que apagam fogos, nos militares que defendem, ... Que digo eu? Isto tudo é redundante: PRIVATIZE-SE o país. Nem mais um tostão a sair da Casa da Moeda.
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