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Crónica de uma morte anunciada

(imagem roubada ao Arrastão)

Há muito que esperava que o Pedro Vieira escrevesse um post sobre a Byblos. Não fiquei espantada com o que li agora mesmo porque a cumplicidade, ou melhor, a amizade que me liga ao Pedro fez com que ele partilhasse comigo, e com outros, as inquietações e irritações que a sua experiência laboral por lá lhe provocaram. E não foram poucas...

6 comentários

Luis Moreira 21.11.2008

Mas pergunto eu, que perguntei logo no primeiro dia que lá entrei,aquele montante de investimento (sabe-se agora que montou a 400 000 000,00E ) era economicamente viável? Era preciso vender 10 000 000,00 de Euros para atingir o break point.Isso é possível?Tiveram tantos assessores e não houve ninguem que se lembrasse disso? Pedro, nada sei de livrarias mas era possível recuperar o investimento daquele montante? É que nos estudos cada um põe lá os números que for preciso para viabilizar.Não havia quem conhecesse o negócio?
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Filinto 21.11.2008

Quando há uns meses, o jornal onde trabalhava publicou a notícia da abertura da Byblos no antigo Clérigos Shopping, recebi um mail que me alertou para o estado de penúria da empresa - e a dificuldade em manter-se em Lisboa, fará abrir no Porto... Não sei o que se passou desde então, mas confesso que não fiquei nada surpreendido pela notícia. Aliás, não ficarei surpreendido se a Nobel anunciar o fecho ou se outras, mais emblemáticas ainda, seguirem o mesmo caminho. Parece que não perdemos, os portugueses, o velho hábito de quando algum negócio (ou modelo de negócio) resulta, começam todos a imitá-lo.
Shyznogud 21.11.2008

Tendo a achar que ninguém ficou surpreendido com a notícia.

Pedro C. 22.11.2008

Sem dúvida que o projecto Byblos falhou. O que não é igual a dizer que a Byblos Amoreiras falhou. Compreendo os comentários, mas pecam na generalidade por falta de informação.

O investimento feito na Byblos, de acordo com a informação publicada, ronda os 4 milhões de Euros. Os números reais apontam para o dobro.

Quem concebeu o projecto Byblos esteve sempre consciente das limitações de uma loja como a das Amoreiras. O projecto consistia em abrir mais lojas (3, pelo menos) num curto periodo de tempo (6 meses), e mais algumas posteriormente, com dimensões e perfis diferentes. O break even seria atingido em menos de 4 anos. Independentemente da conjuntura, ou de dificuldades menores relacionadas com uma loja em particular.

Infelizmente o Sr. Areal pode ser um visionário, mas vê muito mal ao perto. Ou teria percebido que os seus "amiguinhos" do BPN lhe iriam tirar o tapete, deixando-o a financiar a Byblos sozinho, tal como aconteceu.

Deixo uma questão no ar:
O Sr. Areal investiu na Byblos cerca de 2,5 milhões de Euros. A divida da Byblos ao entregar o pedido de insolvência rondava os 8 milhões de euros. O sr. Areal afirma ter vendido todos os seus bens para sustentar a renda de 60 000 euros referente à loja, e suportar os vencimentos dos funcionários durante os últimos meses. Ao ponto de já não ter disponibilidade para assegurar os ordenados de Novembro e as indemnizações dos funcionários. Mas afinal o que é feito dos muitos milhões resultantes da venda da Asa ao sr Paes do Amaral? Ter-se-ão transformado em Mirós? Estarão nos atm's de Porto Rico? Quem sabe...?

Quanto ao comentário do Pedro Vieira, com quem tive o prazer de trabalhar na abertura da Byblos, e ainda que já esteja habituado ao seu sentido de humor, peca por branquear a realidade da Byblos no periodo após a sua saída, bastante diferente, além de me parecer bastante redutor da inteligência e dignidade da generalidade dos seus colegas. Eu até percebo... o humor, tal como os negócios, tem sempre uma vitima.
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