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jugular

para quê mexer nisso

eduardo pitta escreve sobre a morte de diogo macedo, 22 anos, em outubro de 2001, e sobre a aparente incapacidade do sistema judicial, agora num processo cível (o criminal foi arquivado por 'falta de provas'), de arrancar uma recordação aos presumíveis implicados/testemunhas, ou seja, aos estudantes que participaram/assistiram na praxe que terá resultado na morte.

 

não é a primeira vez que o sistema judicial português, perante situações de conluio silencioso, soçobra.

 

em 1995, investiguei, como jornalista, a morte de licínio saraiva no decorrer de um assalto no carregado, numa urbanização com uma percentagem elevada de residentes membros das forças da ordem. a morte, apresentada como um linchamento, foi presenciada por dezenas de pessoas. toda a gente que naquela noite no carregado viu morrer um rapaz recusou falar. bombeiros e gnr foram coniventes com a fabricação de um suposto linchamento e até o ministério público ajudou à festa, arquivando o caso com base numa informação parcial da autópsia, manipulando a causa da morte para a poder atribuir à intoxicação com heroína, quando na verdade o que causou a morte foi a fractura do pescoço. apesar de num artigo na grande reportagem essa maquinação ter sido desmascarada, não só o homicídio nunca foi a julgamento como quem encobriu e manipulou continuou alegremente a fazer o que fazia. a dada altura, alguém me disse qualquer coisa como 'também para quê mexer nisso, o rapaz está morto, para quê estragar a vida a alguém?'

 

nunca cessa de me surpreender a facilidade com que tanta gente pactua com as mais atrozes injustiças, mesmo as que envolvem mortes. como se fosse óbvio que é a coisa certa a fazer.

 

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