Mais uma grandiosa manifestação, mais uma greve sem precedentes, e a maioria absoluta estará assegurada
Toda a gente tem professores na família, pelo que entende muito bem o que está em causa no presente conflito. Mas os professores parecem não conhecer nenhum habitante do mundo real, de outro modo evitariam queixar-se perante as câmeras de chegarem a trabalhar 45 horas numa semana por causa da burocracia da avaliação.
Dir-se-ia que viviam num mundo idílico ao abrigo das agruras da vida até ao dia em que a actual ministra instituíu as aulas de substituição e determinou a obrigatoriedade da avaliação.
Quanto mais falam, mais se enterram, e o curioso é que, embalados pelos incitamentos de alguma opinião publicada, nem sequer se apercebem da figura que fazem.
O que a última sondagem às intenções de votos dos portugueses revela é que, afinal, tirando os repórteres da televisão, pouca gente se entusiasma com as razões dos professores e muita espera que o governo não ceda perante a fúria do motim. Bela lição.