Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

jugular

Maraaaaaaaavilhosa criatura

Pensamento concreto no seu melhor, depois da Palmira chuta para cima da João. Não contente com um primeiro apelo a Freud a propósito do "cortar da pila em nome de qualquer tradição cultural" reincide com esta maravilha "Também desejo um bom ano, sem invejas do pénis, ou outras caso lhe tenham dito para não ir em Freud.".

editado por Shyznogud às 19:39

17 comentários

C. Mattos 30.12.2008

Continuo sem saber em nome de quê julgam e condenam as outras culturas.
Não vale a pena interromper-lhes o recreio.
Shyznogud 30.12.2008

Explico-lhe devagarinho: tenho alguma dificuldade em levar a sério quem acha que se deve respeitar, só porque faz parte de certas tradições culturais, a excisão genital feminina. Não nos esqueçamos, para além de tudo o resto, que esta brutal mutilação é feita em crianças.
Shyznogud 30.12.2008

ah! e para que fique tudo clarinho, sem interpretações dúbias, é a si que não levo a sério.
Ana Matos Pires 31.12.2008

É feita em crianças e mata, já agora.
Ana 01.01.2009

Desculpe, interromper-lhes o recreio?!?!? Você è mesmo um (a) grande imbecil que até parece estar a gozar ou a sentir prazer no sofrimento inimaginável destas crianças. Você è mesmo de um masoquismo incalculável ao pensar que a dor è prazer, que esta dor è cultural e que não se deve tentar eliminá-la.

Ze dos Reis 31.12.2008

A minha tradição cultural, que tem, no mínimo, tanto direito a ser respeitada como outra qualquer, impõe (termo forte e propositado) que quem pratique mutilações genitais femininas deva ser preso com pena severa. E impõe mais, que qualquer cidadão minimamente decente combata por todos os meios ao seu alcance tais procedimentos.
Resumindo, até poderia aceitar que razões culturais justificassem certos actos, mas nesse caso exijo que a minha tradição cultural tb seja respeitada. Que quem execute algo que viola a minha cultura seja penalizado por isso.
E não me venham com tretas que a minha tradição cultural é isto ou aquilo, burguesa, judaico-cristã, whatever, eu sei que é, e daí? Em que é que isso a torna pior ou menos respeitável que mutilações genitais?
Uma pequena história que toda a gente conhece:
um vice-rei da India, ingles, ao saber que tencionavam queimar viva juntamente com o cadáver do marido a respectiva viuva quiz saber o porquê de tal costume. Que era tradição cultural e que ele a devia respeitar. Pois que sim, respeitarei, mas a tradição britânica é enforcar quem queima vivas mulheres inocentes, e mandou erigir uma forca ao lado da pira onde iria ser queimada a dita viuva. Parece que a tradição deixou de ser o que era.
- link do comentário
- responder

C. Mattos 31.12.2008

Mutilantes são as operações plásticas e a demais barbárie ocidental. Nenhuma outra cultura é responsável por tanta morte e causou tanta devastação.
E a pergunta continua válida: em nome de que valores pode apreciar ou depreciar uma outra cultura? Em nome da idolatria e deificação do prazer, a mais avassaladora descoberta do capitalismo?
Faltavam agora estas cruzadas das virtudes. Não percebe que está a usar como critério o seu próprio "gosto", a sua própria moda e apenas isso? Mas é. E isso é nada - ou muito para meter o bedelho na vida dos outros. O Arcebispo de Cantuária já percebeu que não se pode usar a lei ocidental: ela destina-se a outras dressages, outras domesticações.
Ricardo Alves 31.12.2008

Caro C. Mattos,
em nome de quê?

Eu explico-lhe: a dor não é um variante cultural. Amputar o clítoris a uma mulher filha de muçulmanos tribais (ou judeus ou cristãos coptas, que também excisam lá para a Etiópia) doi tanto como amputar o clítoris a uma mulher europeia ateia e orgulhosa da herança iluminista. E impede o prazer futuro às duas, quer acreditem no Alá das couves ou não.

E não compare isto com as cirurgias plásticas, que são feitas por mulheres adultas e conscientes.

Mutilar órgãos sexuais de crianças, sem qualquer razão médica, deve ser crime em qualquer sociedade civilizada. Em nome da autonomia do indivíduo e do seu direito à integridade física.
C. Mattos 31.12.2008

A dor tem muito de cultural. Grandes nomes do multicuralismo e do feminismo consequente explicam bem isso. Pode começar por aqui, mas depois posso indicar-lhe as obras de frefereencia: http://www.mywhatever.com/cifwriter/library/eperc/fastfact/ff78.html
Não podemos impor às outras culturas valores que não são universais, nem dentro da cultura ocidental sem pretendermos uma nova colonização. O nosso mundo é um mundo formado pela ideologia. Não há exterior dele, nem plataformas de observação "objectivas". O "objectivo" é um mero artefacto ideológico, uma categoria da filosofia e ciências burguesas. As autoras do blog não percebem que tomam dia sim dia não posições contraditórias. Um dia falam em ideologia e cultura, noutro pretendem a possibilidade de um suposto pensamento e valores !!!! universais. Embora o contraditório seja em si, uma "instância particular" como explicou Levy-Strauss.
Bom ano
Troll 01.01.2009

No teu caso, o que tem mais de cultural é a imbecilidade, até porque, e sendo tão elevada, duvido que possa ser inata.
Ricardo Alves 01.01.2009

Caro C. Mattos,
agradeço-lhe a clareza, essa qualidade tão rara nos pós-modernistas.
Realmente, afirmar que a dor tem muito de cultural é um daqueles disparates tão grandes que iluminam uma discussão para sempre.
Nada na referência que indicou prova (ou sequer sugere) que a mutilação do clítoris seja mais agradável para uma etíope muçulmana (ou cristã copta) do que para uma portuguesa ateia (ou cristã católica).

O nosso mundo não foi «formado pela ideologia». Foi formado pelas leis da física e da biologia. A cultura nada pode contra a dor ou contra a morte. Defender o contrário é uma forma de alienação que conduz à indiferença pelo sofrimento alheio ou até à sua justificação. Por exemplo, dizer que não faz mal torturar iraquianos porque tal é comum nos países árabes.

E sim, a dor é universal. Cortar órgãos sexuais a um português ou a um chinês produz a mesma dor, e a «cultura» nada pode contra isso.
C. Mattos 02.01.2009

Não sei se a dor é universal. As concepções da vida não o são - e até o modo como percebemos a doro física nãoo o são. Nem a vida. Os samurais faziam questão em comprar elmos elaborados porque ficariam para quem os decapitasse e queriam honrar os seus matadores. Isso parece-nos incompreensível, mas é assim.
Shyznogud 02.01.2009

Vou observando a sua conversa e apreciando a argumentação. Acho espantoso que traga para aqui exemplos desses, esquecendo-se q a mutilação genital é praticada EM CRIANÇAS.
Ricardo Alves 02.01.2009

Bom. Bum. Bam.

Não percebo o que é que os samurais têm a ver com isto. A questão é só saber se o clítoris de uma muçulmana é menos enervado/sensível à dor do que o de uma ateia. Eu acho que não. Se tem opinião contrária, remeta-me para o manual de anatomia relevante.

Obg.
André 02.01.2009

Estou estupefacto com este cavalheiro. Já conheci pessoas que defendiam a pena de morte em Cuba e não nos EU, pois "quem foge de Cuba é criminoso", mas confesso que o desprezo pela vida humana ainda é menor aqui.
Este argumentário é digno de ser imortalizado, pelo facto que demonstra preto no branco de como para esta gente as abstracções teóricas passam por cima de qualquer pingo de humanidade e amor pelo próximo. De como valores como a liberdade individual e respeito pelo outro - valores felizmente praticados na nossa cultura mas valores que estão CERTOS, que são MELHORES que os seus opostos respectivos - são desprezados em nome de um suposto bem maior, suponho que um sistema anti-capitalista . E são certos e melhores porque são esses que nos distinguem das bestas e nos dão a condição de seres humanos. E nos permitem sentir compaixão pelo sofrimento alheio e repudiá-lo.
Por isso afirmo que excisão feminina é abjecta em qualquer parte do mundo.
PS: Já que aceita a relativização dos valores, porque não aplicá-la à "idolatria e deificação do prazer, a mais avassaladora descoberta do capitalismo?"?. Afinal, sempre é ocidental e sempre lhe dá um bom motivo para emigrar para países mais civilizados, em África talvez...

Comentar post

Arquivo

Isabel Moreira

Ana Vidigal
Irene Pimentel
Miguel Vale de Almeida

Rogério da Costa Pereira

Rui Herbon

correio | twitter | facebook

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Posts recentes

Comentários recentes

f.
olá. pode usar o endereço fernandacanciodn@gmail.c...
Anónimo
Cara Fernanda Câncio, boa tarde.Poderia ter a gent...
Fazem me rir
So em Portugal para condenarem um artista por uma ...
Anónimo
Gostava que parasses de ter opinião pública porque...
Anónimo
Inadmissível a mensagem do vídeo. Retrocedeu na hi...

Arquivo

2019
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2018
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2017
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2016
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2015
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2014
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2013
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2012
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2011
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2010
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2009
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2008
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
2007
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D

jugular

Maraaaaaaaavilhosa criatura

17 comentários

Comentar post

Autores

Arquivo

Subscrever por e-mail

Posts recentes

Comentários recentes

Arquivo

Tags

Links

blogs

media