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Assim de repente...

Um de dois comentários possíveis: (1) quando doentes e comensais (ou os respectivos estatutos, se preferirem) são assim comparados, não vale a pena continuar a (des)conversar ou (2) sim, JM, as duas situações são exactiqualmente a mesma coisa, substituem, aliás, a velhinha definição da mesma coisa...

E Educação para a Saúde, João Miranda, diz-lhe alguma coisa? É que é mesmo "uma questão técnica" do domínio da Saúde Pública.

Adenda: Entretanto li o Pedro e aconselho.

15 comentários

Luis Moreira 30.12.2008

Toca a todos mais tarde ou mais cedo.Um dia o João Miranda vai perceber a diferença entre esperar por um bife e esperar por um médico.Como aquela médica ali no Hospital de Vila Franca de Xira (olá Fernanda) me dizia j após me ter controlado uma súbita subida da tensão arterial.Não seja maricas ali aquele é que tem razão em estar assustado.Você já não tem nada!É que quando estamos mesmo atrapalhados todos achamos que devemos ser os primeiros e toda a atenção é pouca!
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Aquasky 30.12.2008

Adiar cirurgias programadas para melhor se responder ao surto da gripe, é a solução fácil, própria de sociedades laxistas, frouxas e preguiçosas, numa palavra, subdesenvolvidas. È por demais evidente que numa sociedade mais desenvolvida o esforço adicional que a presente situação gera, nunca cairia, em circunstância alguma, para o lado dos doentes. No trinómio em causa, pacientes com gripe, pacientes com cirurgias agendadas e corpo médico, seria sempre este último a suportar esse esforço. Os médicos nos países civilizados têm obrigações deontológicas que fazem com que actuem sempre em benefício do paciente.
Pedro Morgado 31.12.2008

Caro Aquasky,

O seu comentário revela um profundo desconhecimento do funcionamento dos serviços de saúde. As cirurgias não foram adiadas por causa dos médicos, mas sim pela falta de camas para internar todos os doentes.
Ana Matos Pires 31.12.2008

Revela isso e má-fé, Pedro.
Aquasky 31.12.2008

Nunca ninguém me acusou de má-fé, senhora doutora, porque a verdade é que nunca fiz uso da dita cuja. Diga-me lá onde está a má-fé. Depois dessa grosseira acusação que me faz é o minimo que se exige.
Ana Matos Pires 31.12.2008

Acusar gratuitamente terceiros de falhas deontológicas, por exemplo, Aquasky.
Aquasky 31.12.2008

Há aqui um mal entendido. E, concedo, a culpa é minha. Quando me referi ao corpo médico, na verdade estava a caracterizar toda a sociedade portuguesa em geral, e todos os seus profissionais em particular. Naturalmente que eu não me considero melhor profissional que os meus concidadãos. Também sou português; padeço dos mesmos males. Só não padeço do espírito corporativista como a doutora Ana Matos Pires padece. Desse mal já me curei.

Concluindo: Estava nas mãos dos médicos resolver a crise ( com um esforço adicional, é certo, mas um esforço que, á luz de todos os princípios, teria que ser sempre suportado por eles). Preferiram atirar essa dificuldade para cima dos doentes. Numa palavra: lamentável
António Pedro 04.01.2009

Claro, com um esforço adicional dos médicos, começam a aparecer novas camas por geração espontânea.

Enfim...
Aquasky 31.12.2008

(....)mas sim pela falta de camas (...)

Não é verdade. Isso é uma boa desculpa, de facto. Mas o que é certo é que a falta de camas resulta essencialmente da péssima organização.
Pedro Morgado 31.12.2008

Não se trata de desculpa nenhuma ou acha que com organização as camas existentes se multiplicam???

Luis Moreira 31.12.2008

Começa bem mas acaba muito mal.Se atrasar cirurgias for a melhor solução para melhor tratar os doentes.Suponha um terramoto aqui em Lisboa.As cirurgias passam de programadas a urgentes em menos de um fósforo.Por mais voltas que dê os meios são sempre insuficientes.É sempre,mas sempre,uma questão de prioridade sob o ponto de vista do médico!
Ana Matos Pires 31.12.2008

deve ser problema meu, Luís Moreira, mas não percebi bem o seu ponto.

lobotomias 31.12.2008

Não concordo é claro com o João Miranda, muito menos com o contexto de cegueira ideológica que o move às vezes, como neste caso, até ao absurdo, mas penso que muitas vezes nos esquecemos que os doentes devem sentir-se bem com o atendimento hospitalar (e uma espera de 12h não é certamente um bom contributo).
Sentirmos que fomos bem tratados permite uma aproximação ao SNS, e é o unico contexto em que se consegue fazer educação para a saude. (não basta tratar bem da doença dos doentes, é necessario que eles sintam que foram bem tratados)
É óbvio que as coisas não correm bem na maioria das urgencias hospitalares e que isso deriva de uma desvalorização em multiplos planos do trabalho em urgencia (feito essencialmente por pessoas sem vinculo à instituição), e provavelmente do atraso portugues na "profissionalização" destas.
digo isto independentemente de pontes ou gripes.
De resto estou certo que não discordas de mim neste ponto...
Ana Matos Pires 01.01.2009

Conheces bem as minhas posições no que ao funcionamento dos SU diz respeito, meu amigo, sabes que sou uma defensora das equipas fixas no SU. Quanto ao resto do teu comentário só posso assinar de cruz, de tã óbvio e sensato que é. Recordo que num post anterior comecei por referir a existência de podres e a justiça de inúmeras críticas ao SNS e à nossa classe.

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