A crise! De passo trocado? [Luis Moreira]
Digo eu: Após o primeiro embate em que todos reagiram da mesma forma, segurando o sector financeiro, estamos numa fase em que as coisas começam a ser claras. A liquidez serviu e serve para o sistema financeiro lamber as feridas, pouca chega à economia real. A deflação ameaça. O consumo e o investimento retraem-se. O desemprego é o monstro resultante destas condicionantes. Que fazem os governos?
Obama: Democratas e Republicanos estão de acordo. Investir no apoio directo às empresas que têm um efeito de arrastamento a montante, criando empregos. Escolhe sectores estratégicos para o futuro. Saúde, ambiente e energias alternativas.40% dos 700 mil milhões de dólares em redução de impostos vão relançar estas empresas. O resto do dinheiro é devolvido às empresas e aos indivíduos para aumentar a procura interna. Enfim, a intervenção é directa na economia real, nas empresas de bens e serviços transaccionáveis, nas empresas exportadoras, nas empresas criadoras de emprego. Geograficamente em todo o país!
Economistas e empresários nacionais: Atrair investimento estrangeiro de bens transaccionáveis. Mobilizar os portugueses para consumir o que é nosso. Apoiar as empresas de bens transaccionáveis financeira e fiscalmente. Expandir a procura interna. Melhorar a sustentabilidade dos modelos energéticos e urbanos. Progredir na produção de bens e serviços transaccionáveis. Libertar o Estado do envolvimento das actividades económicas não estratégicas. Reduzir a concentração de investimento em obras públicas. Eliminar os entraves às empresas exportadoras. Rever o programa de investimento público para reduzir as importações e o endividamento. Encorajar as actividades agrícolas e das pescas. Reduzir o IRC para fomentar as exportações e diminuir as importações. Apoiar financeira e fiscalmente jovens empresários com novas ideias e projectos.
Governos da UE: No essencial, aumentar a protecção no desemprego e expandir os apoios sociais aos indivíduos e às famílias. Apoiar fiscalmente as empresas com redução de impostos. Estimular a procura interna!
Governo português: Grandes investimentos públicos, com fraca rentabilidade e nenhum efeito em 2009, no emprego. Aumento da dívida externa e das importações.
Mãe do recruta: o meu filho é o único que vai com o passo certo!
Luis Moreira