Noutra ocasião, em que o Cardeal Patriarca tinha proferido declarações no mínimo infelizes, escrevi "Discursos como este - em que a dicotomia "nós" vs. "outro" são tão assumidos e convictos - potenciam reforços identitários (quer de "nós" quer do "outro") com muito de artificial que se transformam num caldo perigoso.". Parece-me que o mesmo se aplica agora
Vasco, que eu saiba é a religião católica que obriga a q filhos de "casamentos mistos" sejam baptizados. Ou seja, pelo lado demográfico não há gde preocupação. Ah! O Islão não obriga à conversão em caso de casamentos mistos. De qqr forma isto é irrelevante para mim, o que me faz impressão é q um alto(íssimo) representante da Igreja Católica portuguesa não tenha um pouco mais de tento na língua e se saia com este tipo de declarações q, reforço, potenciam visões dualistas perigosas e, no limite, xenófobas.
Não é bem assim, Maria João. Eu vivo um "casamento misto", a minha mulher não baptizada, nem crente, não é obrigada a aceitar que os nossos filhos sejam baptizados - ou não. O que se pede num casamento é que os filhos possam crescer também na fé cristã. Ora, se um dos cônjuges o é, não é tácito e óbvio que os dois estabeleçam pontes de entendimento para que se reflictam nos filhos as convicções dos dois, pai e mãe? Ou, só porque um não crê, os filhos têm de crescer sem ouvir nada da fé do pai ou mãe que crê?! Obviamente que o tema - como qualquer assunto na educação dos filhos pelos pais - é conversado a dois.